Chegamos a Budapeste no horário previsto - 13.20h.
Estranhamos uma coisa: cadê o raio do controle de passaporte? Naaaaaaaada.
Passamos direto. Nem ganhamos carimbinho de entrada no país (nem na saída).
Agora era descobrir como chegar ao centro, ou melhor
ainda, ao hotel. Primeira providencia foi trocar euro por florins e ao lado do
banco, um Box de transfer do aeroporto para o SEU
hotel pela bagatela de 19 euros para o
Carlos e para mim. Seríamos deixados no nosso hotel, em van Mercedes Benz,
zerada, com um “Jarbas”. OOOps. Embarcamos nessa e logo depois chegávamos ao
Easy Hotel, da mesma rede da Easy Jet, que havíamos ficado em Berlin. Só que em
Budapeste foi muito, mas muuuuuuuito melhor. Hotel instalado em prédio no
distrito Oktogon, (Eötvös ut, 25a), super limpo, amplo, no granito e o quarto espaçoso, impecável
e o preço... ai, dá até vontade de voltar a Budapeste. 19 euros para nós dois!
Devidamente instalados e com as informações que o
atencioso Daniel nos deu, fizemos um reconhecimento da área à procura de um
restaurante para um almoço/jantar. Encontramos por ali por perto mesmo. Ali
pertinho do Seu
Listz, todo de cabeleira desgrenhada, naquela
pracinha. No cardápio, o que já lera sobre a culinária húngara – gulash. Foi o que pedimos depois de grandes indecisões na escolha do
restaurante. Aliás, O “gulyás” ou goulash é a “feijoada da Hungria, o chucrute da
Alemanha... É o prato típico deste país. É picadinho de carne com batatas
temperado com páprica doce. Resumindo, é um guisado de carne.
Enquanto aguardávamos o prato, eu já havia espirrado
inúmeras vezes. O Carlos, pra variar, mais uma vez , não tomou a bendita vacina
de gripe e sobrou pra mim. Estava eu espirrando adoidado e sentindo o corpo
dolorido. Mas lá veio o prato em meio a
música brasileira (???) axé. Gente, ao ver o gulash, o cheiro aguçou o meu enjoo. Não, não é que não estivesse bom. Estava
sim. Eu que estava enjoada já por conta do resfriado. Terminei aceitando mesmo
só a tal de coca-cola que é servida choca, sem gás.
Voltamos ao hotel e nossas amigas – Dagmar e Teresa
haviam chegado de Lisboa. É. Havíamos planejado esse encontro em Budapeste e
daqui continuaremos juntos até Paris. Iiiih, foi uma festa reencontrar Dag e
conhecer a Teresa. Mil relatos de nossas andanças por Berlin e Moscou e delas
por Lisboa.
A fome delas era maior e as levei ao local próximo
cheio de restaurantes para que jantassem.
Dia 14 de maio – o café da manhã foi em um
restaurante recomendado pelo Daniel, próximo dali. Realmente um lugar simpático
e o café servido foi uma festa aos olhos e ao paladar, mas eu só queria saber
quem é que diz que o leste europeu é barato. Só se JÁ FOI, porque é tudo igual
a Paris, Londres...
Às 9 horas nos esperava Esther, guia húngara que
fala português e nos levou ao city tour, falando
inicialmente da origem dos húngaros indo até ao temível e terrível titio Átila,
o Huno. Nossa primeira parada foi na Praça dos Heróis, (Hösök Tere) onde os homens mais célebres da
História da Hungria estão eternizados em estátuas colocadas em nichos dispostos
em forma semicircular, os mais destacados ao pé da coluna que ostenta o anjo da
vitória no alto. Mas, cá pra nós, procurei ver o rosto do Anjo da Vitória, que
seria Nike, e achei o rosto bem sombrio, em contra ponto à Vitória de Berlin.
Vai ver é uma Vitória bem no estilo de Átila. Hehehehe.
Agora, pesquisando, descubro que no alto da coluna
de 36 metros está o Gabiiiiiiiii, pode?Sim, ele mesmo – Arcanjo Gabriel. Até o
Gabi dos húngaros tem cara de brabo. Sei não, mas eu teria escolhido o
Miguelito, que é mais guerreiro que o Gabi. Até mesmo Ismaelito, com sua espada
flamejante. Esse povo realmente não entendia nadica de “penudos” (anjos,
arcanjos e similares) ts ts ts ts...
Um tiquinho da História da Hungria:
Buda, segundo alguns viria do nome de um irmão de Átila, o huno. Outra fonte localiza
o significado de Buda com origem na palavbra eslava voda, que significa água,
com referência à cidade romana de Aquincum, capital da província romana Panônia
Inferior, (100 d.C). cujas ruínas são
próximas. Essa é a versão dada pelos guias turísticos. Acho que essa versão dá
um ar de ... importância.
Em Buda estão as atrações turísticas mais conhecidas
– Bastião dos Pescadores, o Castelo de Buda, A Igreja de Matias e a Cidadela.
Enquanto Peste, em seus primórdios, havia
assentamentos celtas e romanos. Pest significaria forno, fogão.
As duas cidades, separadas pelo rio Danúbio, foram
unificadas em 1873.
“A
Hungria é formada por descendentes da tribo dos magiares, cavaleiros oriundos
das margens do rio Volga...
O
povo Magyar (pronuncia-se máguiar), como os húngaros gostam de ser chamados, é
originário da região do norte dos Montes Urais, onde levava uma vida nômade.
Começaram a migrar em direção ao sul por volta do quinto século da Era Cristã.
A
Hungria nasceu sob o comando de Estevão I ou Estêvão (975-1038), mais tarde
Santo Estevão da Hungria (foto abaixo). Ele conseguiu unificar o país no início
do século XI (997) e se torna o primeiro Rei da Hungria, convertendo o povo ao
Cristianismo.
Após derrotar os nobres pagãos
que se lhe opunham e unificar as tribos magiares, reza a tradição que Estevão
recebeu do Papa Silvestre II uma coroa de ouro e pedras preciosas (a qual,
denominada “Santa Coroa”, tornou-se o símbolo do país), juntamente com uma cruz
apostólica e uma carta de bênção em janeiro de 1001.”
A coroa seria a mesma que está
exposta no Parlamento?
Verdade seja dita, os homens lá eternizados são bem
maaaachos! Só guerreiros até a alma. Bem belicosos. É cada bigode que dá pra
três homens. Espiem só.
Ali perto um lago que, na época do frio, congela e o povo patina lá. Do
outro lado do lago um tipo de castelo onde funciona o ministério da agricultura.
Mais adiante, um balneário com águas termais - As Termas Szechenyi, o maior complexo de banhos
termais da Europa. Coisa de romanos. Aliás, onde os romanos encontravam uma fonte termal,
e eram peritos em encontrá-las, logo faziam uns “banhos”.
Tudo visitado assim – visita de médico. Correndinho.
Por isso que evito guias.
Ah, vem mais a história das duas cidades – Buda e
Peste. Por falar nisso, ficamos hospedados em Peste, o lado de cá do rio
Danúbio.
Roda pra cá, roda pra lá, passamos por prédios
suntuosos, outros muito bonitos, com arquitetura de encher os olhos, mas,
infelizmente, precisando demais e urgente de uma restauração. Esther repetia
constantemente que os prédios precisavam
de restauração, coisa que, observei, os húngaros não estão lá muito preocupados.
Acho que isso ainda é resquício do sistema totalitarista, como vi na Rússia. A
filosofia do “deixa se acabar”. Uma pena.
O Parlamento visto só por fora, por
enquanto. Filas enormes.
Catedral de São Estevão simplesmente suntuosa. Vale a
pena visitar com vagar (detesto visitas com guias por causa da correria).
Passadinha rápida na Grande Sinagoga, pelo lado de fora. Um prédio de encher os
olhos também, contornando e se tendo uma visão do bairro judeu.
Atravessamos uma das pontes do Danúbio e alcançamos
o outro lado – Buda. O primeiro local visitado foi o Bastião dos Pescadores,
uma construção que tem forma de uma fortaleza medieval. Outro local foi a
fortaleza no alto, de onde se tem uma vista privilegiada de Budapeste. Não entramos na Cidadela. Coisa de guia apressada. AAAAAFFFFFFFFFFF!!!
O Bastião dos Pescadores foi edificado ao final
do século XIX, início do século XX. A ideia era dar uma nova roupagem para o
frontão da já fantástica Igreja de Mátyás. Construído no estilo neo-românico, o
Bastião dos Pescadores é constituído de sete torres, em homenagem às sete tribos
magiares que se estabeleceram nos cárpatos no século X e fundaram a nação
húngara.
O monumento incorpora ainda uma estátua equestre do Rei Istvan (Santo
Estevão), fundador da nação.
As torres do Bastião proporciona das melhores vistas de Peste, em especial do
Parlamento e da Ilha Margarida, Ponte das Correntes e da Catedral de Santo
Estevão.
Na volta do passeio, a guia nos despejou ao lado do
mercado central, hoje tido como ponto de
turismo. Sério? Aproveitamos para almoçar por lá mesmo e depois tomamos uma das
ruas para pedestres e nos perdemos por Peste, olhando vitrines, fotografando (
e a tal praça onde estaria a estação do metrô, naaaaaaada!)
Ah, mas aquela seria a praça onde está o famoso
restaurante citado pela guia. Ousamos pedir informação aos jovens de uma
barraca de sorvete. Apenas queríamos saber onde era a estação do metrô. Que
dificuldade. Outra interveio, toda mal humorada, para que os companheiros não nos
ensinassem. No final, estávamos ao lado da estação.
Através de Esther, agendamos um jantar em um
restaurante fora da cidade. Um restaurante típico - Vadaspark - com música e dança húngaras,
isto é, música cigana. À noite um táxi nos levou ao restaurante, bem distante do centro. A estrutura é bem
diferente, mas não parece, por fora, com nada cigano. Fomos recebidos por um
garçon a caráter, que nos serviu uma cachaça húngara, bem forte, tida como
digestiva, servida em um copinho com forma de um bonequinho trajado de verde.
Na verdade, não bebi da cachaça, prudente com a reação aos remédios que tomo.
A decoração interna é como se fosse um galpão
cigano, um galpão de alguma fazenda, usando material rústico e até a iluminação
rústica. Mesas enormes, com tolhas rústicas. Muitas pessoas já se encontravam
lá, em clima de festa.
Um conjunto musical com violinos, contra baixo, uma
espécie de acordeon/piano, começou a animar a noite. Fomos recebidos com uma
taboa de frios enoooorme e por todo tempo uma comilança sem fim. Goulash que é
transportado em caldeirões atravessados em remos e seguros por dois garçons. Vinhos que são servidos com uma forma
peculiar. Na pipeta, do alto, acertando
na taça. Tudo teatral.
Música ao vivo e grupos de dança. Nosso grupo logo
recebeu a atenção do líder dos músicos e até música brasileira foi tocada.
Descobrimos mais brasileiros no recinto. Gente, brasileiro por todos os lados.
Onde menos encontrei foi em
Moscou. Nos demais lugares... credo! Quer se esconder de
brasileiro? Viaje! hahahaha
Só mesmo com alguns goles de vinho na cabeça, (poucos
mesmo), para enfrentar o desafio. Ao final do show de dança, um dos dançarinos
veio me tirar pra dançar. Hahahaha. Tadinho dele. Já viram um elefante
dançando? Euzinha! Mesmo assim ele me arrastou para o palco e embarquei na
brincadeira. Os amigos só fotografaram minha poupança.
Retornamos do restaurante tarde da noite. Cansados,
alegres, “altos” e entupidos de comida. Mas a noite valeu. Divertimo-nos muito.
Dagmar dançou, sambou... Carlão dançou com ambas e eu fiz minha participação no
show. hehehehe
Um dia a mais – De manhã optamos por tomar café na
estação de trem perto do hotel. O prédio da estação é um trabalho do Eiffel, o
mesmo da Torre Eiffel, de Paris. Uma pena. Uma estrutura linda e toda caindo
aos pedaços, suja, descuidada. Na entrada há um espaço sob a gerência do McDonald. Foi lá que
tomamos café. Um espaço luxuoso sem exagero, bem cuidado, claro.
Interessante – observei vários corvos na decoração e
estrutura da estação de trem. Fazem parte do projeto original. Depois vi a mesma
coisa na estação principal a estação
Keleti.
Entramos no shopping ao lado da estação, à procura
de um equipamento que o Carlos buscava. Encontramos a loja, mas não o
equipamento.
Como tínhamos hora marcada para a visita ao
Parlamento, tentamos apanhar um táxi. Acreditam que o sacana do motorista teve
o descaramento de cobrar 5 MIL FLORINS? Vai te lascar! Não era tão distante.
Fomos a pé.
Passado o susto inicial de não encontrar o voucher e
sanado com o nome da Dagmar na relação oficial dos visitantes, tivemos nosso
acesso à entrada do Parlamento, acompanhados de uma guia em espanhol.
UUUUUUUAAAU! Quem vê por fora o prédio do Parlamento
Húngaro não imagina o luuuuuuxo que é dentro. Que é aquilo? A escadaria, a sala
da coroa... JISUS, a sala da coroa é uma coisa de doido! Tudo, tudo! Decoração,
cúpula, a guarda, a explicação (não me perguntem nada... eu estava viajando).
Visitar a sala do parlamento propriamente dita... e o fumódromo? Interessante.
Pasmem! Fumódromo!!!
Dizem que o Parlamento é um dos edifícios
legislativos mais antigos da Europa, erguido na Praça Kossuth Lajos, nas
margens do Danúbio. São 700 salas e gabinetes, 27 entradas, que abrigam hoje
386 deputados.
Saímos do Parlamento embasbacados. Literalmente.
Passadinha rápida num museu ali perto – o quê?
Exposição sobre índios do Amazonas? Queremos mesmo é conferir a
“casinha”. Um cafezinho pra relaxar.
Não é que encontrei o titio Racokzy, montado em seu
cavalo, na praça do Parlamento? Esse homem está em todo canto. Pra quem não
sabe e para os que se ligam no assunto, Racokzy é um dos nomes do Conde de
Saint Germain.
Caminhamos pelas ruas de Peste, margeando o Danúbio,
seguindo depois por uma avenida movimentada até a sinagoga, passando por prédio
que, se levassem uma mãozinha de tinta, uma limpezinha básica, ficariam um
luuuxo! Uma pena!
No meio do caminho, uma paradinha técnica para
abastecer os estômagos. Na dúvida, ataque de frango. As chances de errar são
menores.
Entrar na Grande Sinagoga nos dá uma ideia dos dias
de glória. Imensa, suntuosa, ornada com bom gosto... não é à toa que é
considerada a maior Sinagoga da Europa. Impossível descrever. Espero que as
fotos façam jus à magnitude.
A sinagoga conta com 1492 assentos para homens e 1472 para mulheres. Foi projetada pelo
arquiteto alemão, Ludwig Förster, com a construção iniciada em 1854. O estilo
predominante é o mourisco, com toques bizantinos, românticos e góticos. No seu
interior estão desenhos dos 12 filhos de Jacó e das 12 tribos de Israel. Os
lustres são na forma da estrela de Davi ( que nem é tão de Davi, assim, já que
muito antes esse símbolo era usado na Índia. Eita turminha que adooooooooora
usurpar parte de outras cultura – eu conto tuuuuudo!).
O que me chamou mesmo a atenção foi o altar coberto
de veludo vermelho, onde está a Tora.
A sinagoga tem-se como a
maior e mais monumental da Europa, conseguindo acolher
mais de três mil pessoas no seu interior, e é onde, não só judeus
budapestinos, como de todo o Mundo se reúnem regularmente.
Para além disso, a sinagoga constitui um marco histórico e monumentel na cidade de Budapeste. Tem nove naves abobadadas decoradas com
tijolos coloridos, azulejos e arabescos muito
interessantes, e duas torres brilhantes, com cúpulas negras e doiradas, que a
tornam num edifício único no seu estilo. Todas as torres incorporam quatro
relógios oitocentistas.
No interior impera um estilo que antecipa a art déco misturada com um neobarroco, invulgar na época construcção do
edifício. Muitos candeeiros e um grande lustre coroam os tectos e as paredes
estão adornadas com imponentes arcos recheados de detalhes minociosos, típicos
dos séculos precedentes. O altar,
brilhantemente planeado é construído em madeira entre outros materiais e o
centro é coberto pela célebre talha dourada. A coroar o altar magnânimo, uma
pequena cúpula branca, decorada com arabescos dourados, que esconde um órgão.
Durante a Segunda Grande Guerra
a sinagoga budapestina sofreu graves danos e
esteve mesmo em riscos de ser derrubada pelas tropas nazis. Mas foi recuperada e hoje jaz, imponente,
no lado a lado com jardins, numa das ruas mais movimentadas da cidade.”
Wikipedia
No jardim há um cemitério e na
parte de trás um memorial em forma de uma árvore, chamada de Árvore da Vida,
uma estrutura em forma de árvore, com muitos galhos, cujas folhas, creio que de
alumínio, tem, cada uma, um nome de uma vítima do nazismo gravada. É uma
homenagem aos 600 mil judeus húngaros mortos pelo regime nazista. É
impressionante.
“Aproximadamente
um terço dos 250.000 judeus da cidade pereceu durante a ocupação nazista
na Segunda Guerra Mundial. Budapeste foi muito danificada quando a cidade foi
tomada pelo Exército Vermelho.” Wikipedia
Saímos da Sinagoga e encaramos uma boa caminhada
pela Andrey ut, passando em frente à Ópera e tantos prédios famosos da avenida mais importante de Peste. O Prédio cruzando o boulevar Oktogon e
finalmente alcançando nosso hotel.
Uma pausa para repouso apenas para aguardar o sol se
por para irmos à praça dos heróis, para fotos noturnas. Isso aconteceu por
volta das 21 horas. Preferimos caminhar até a praça, passando pelas casas ricas
da região e observando tantos palacetes agora em decadência, totalmente
fechados e sem esperança de que sejam restaurados. Uma pena. De novo.
A praça onde está o complexo de monumentos aos
heróis do país oferece uma visão ainda mais maravilhosa à noite. Fotografar ali
oferece uma grande variedade de ângulos. A iluminação do Ministério da
Agricultura é perfeita, em tons de
amarelo refletido no lago que, no inverno, é usado como pista de patinação no
gelo.
O próximo objetivo
foi ir ao Parlamento que, infelizmente, não estava totalmente iluminado,
apenas a cúpula estava em
destaque. Mesmo assim consegui algumas imagens boas de Buda,
do outro lado do Danúbio, com seus
prédios ostentosos.
Andar no metrô de Budapeste não é bicho de sete
cabeças. Um tiquinho de atenção e tudo bem. Só não pode esquecer de validar o ticket
na maquininha à entrada.
Último dia em Budapeste. Começamos
o dia com uma visita ao apartamento do Listz, praticamente vizinho. A entrada é
pela rua Vörösmarty, 35 e está no primeiro andar. (Em frente ao apartamento do Listz está o museu do Terror, sobre a Segunda Guerra, mas ninguém se animou de entrar lá).
Logo após a recepção e pagamento dos
ingressos, inclusive uma taxa para usar a câmera fotográfica, e calçarmos "sapatos" especiais, tivemos acesso às
salas do apartamento e ao quarto usado pelo compositor, com objetos pessoais. É
uma atmosfera de volta no tempo. Tudo é conservado com um cuidado religioso. Os
pianos dão vontade de sentar na banqueta e tocar cada tecla para sentir a
energia do Mestre. Sua cama, seu oratório, seu divã... Quantas vezes terá ele
olhado por aquelas janelas, para a avenida à frente, em busca de inspiração, ou
apenas desanuviando a mente?
Teríamos que preencher boa parte do dia visitando
Buda. Apanhamos o tram 6 e lá fomos até o ponto final, onde entramos no ônibus 16 que nos levou
à praça da igreja principal, na frente do Bastião dos Pescadores, local mais
procurado pelos turistas, no bairro do Castelo.
Rodamos
pelas ruas centrais de Buda, todas em estilo medieval com casario interessante,
principalmente na Uri Utca.
Uma
entradinha rápida no labirinto, que é uma escavação de túneis com 10
quilômetros de extensão, dos quais apenas 1 quilômetro e meio pode ser
visitado, com guia. Esse labirinto foi criado como refúgio dos nativos, para se
protegerem dos turcos e , durante o cerco pelos nazistas, na segunda Guerra
Mundial, os habitantes também o usaram para se esconder, inclusive
serviu como hospital.
Ora,
ora, sabem que é a guardiã de Buda? Sim, ela mesma – a titia Pallas Athena. Sua estátua está na esquina da Szentháromság utca, desde o século
XVIII, onde fica a antiga prefeitura de Buda.
Na praça situa-se a
Igreja de Matias (Mátyás Templom) porque o lendário rei Matias teve celebrados
aqui seus 2 casamentos. O telhado é feito de cerâmica em mosaico colorido. Igreja
foi fundada no reinado de Bela IV, no século XIII. Em 1541, sob dominação
turca, foi transformada em Grande
Mesquita. Em 1945 foi alvo da destruição
pelos alemães e russos.
Ali, na frente da igreja
há uma estátua que me lembrou muito a imagem do Divino Pai Eterno, reverenciado
em Trindade/GO. Depois encontrei uma estátua semelhante em Viena. Pesquisando
sobre esse monumento descobri que se
chama Coluna da Santa Trindade, tem 14
metros foi erguido entre 1710 e 1713, em
súplica por proteção depois da peste negra assolar a Europa.
Do lado da Igreja de Matias, há uma estátua equestre
do Rei (Santo) Estevão, o rei que unificou as tribos que deram origem à
Hungria.
O Bastião dos Pescadores (Halászbástya)
que já citamos, na verdade foi construído como um terraço. Há 5 torres redondas
e a torre principal tem diversos andares. As torres representam as tribos
magiares que formaram a Hungria. O nome Bastião dos Pescadores tem origem no
antigo mercado de peixes que existia nas proximidades durante a Idade Média.
Muita fotos, muitos passeios pelo
jardim do castelo real , Szent Gyorgy,
que é um museu. Esse castelo é o maior prédio da
Hungria, obra do Imperador Carlos VI e da Imperatriz Tereza, foi erguido no
século 14. Serviu de residência da coroa húngara por 700 anos foi reconstruído
e hoje abriga um dos mais importantes acervos nacionais, como a Galeria
Nacional, o Museu Histórico de Budapeste e a Biblioteca Nacional de Széchenyi,
entre outros.
Olhem só quem encontrei por lá.
Ao final, atravessamos a ponte Chain – a ponte das Correntes (Széchenyi Lánchíd)
sobre o Danúbio, apanhamos o metrô e voltamos ao hotel a tempo de pegar as
malas e seguirmos para a estação de trem.
Ah, curiosidade – A famosa valsa do Strauss, Danúbio
Azul foi inspirada durante uma viagem do músico pelo rio. Não me perguntem se o
Danúbio é azul. Por certo direi que não tem nada de azul e não faço a mínima
idéia da razão do Strauss achá-lo azul. Coisa de músico mesmo!
Uma pena. Realmente uma pena que as estações de trem
de Budapeste não sejam bem cuidadas. São estruturas lindas, imponentes que um
pouquinho de trato daria um brilho todo especial nessas maravilhas
arquitetônicas.
Ficar sentada em um banco da estação Keleti
observando pessoas que chegam e que saem é divertimento puro. Finalmente chegou
a hora de nos instalarmos no vagão a nós destinados e tivemos como companheiros
de viagem um casal de australianos. Três horas de viagem, conversas e
apertadinhos na cabine.