sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vale Sagrado dos Incas - continuação

Depois do almoço em Urubamba  seguimos para Ollantaytambo, ou, literalmente, fortaleza de Ollanta. A pequena cidade ferve de turistas do mundo inteiro. Grande parte vem de Cusco para apanhar o trem e seguir viagem para Machu Picchu, até mesmo porque fica mais barato e as agências de turismo fazem essa “gambiarra”. Descobri isso dois dias depois, sendo passageira de “gambiarra”.
Por cada passageiro a agência paga a merreca de 10 soles, mais 36 dólares de passagem de trem.
Depois eu conto isso. Vamos para a fortaleza.
Descer do ônibus é uma aventura. Dezenas de vendedores cercam oferecendo seus produtos. Mesmo que você esteja com garrafa de água bem à vista, oferecem-lhe. Chapéus então, com a desculpa de que o sol é muito quente e queima pra danar. Isso é verdade. Meu chapéu estava na sacola, mas a dona lá queria por fina força que eu comprasse dela. Agradeci, agradeci e agradeci. Não entendeu – Caramba! Eu quero me queimar, posso? Perdi a paciência.
Na porta de entrada, um peruano cego toca uma harpa e canta em sua língua nativa - quechua. Ao seu lado uma garota linda em seus traços incas o acompanha. Aliás, vi um vídeo no youtube com esse senhor. É emocionante.


Para entrar no sítio, mesmo sendo peruano e já tem preço diferenciado, tem que apresentar documentação de identidade. Isso atrasou nosso grupo, onde havia uma família peruana. Os documentos haviam ficado no ônibus e o motorista já havia se deslocado para outro estacionamento.
Aproveitei para fotografar com calma a entrada da fortaleza, onde estão pedras cerimoniais. Ao me virar para a frente do vale – Oh, maravilha! Duas montanhas formando um vão em forma de “V” e a lua quase cheia já estava  alta no céu entre as montanhas. Na montanha do lado direito, claramente, vê-se um rosto esculpido – Huiraconha ou Wiracocha. 





Mas esse foi um momento mágico. Huiracocha é o nome iniciático do fundador da Augusta Ordem FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA, da qual faço parte. Dedicarei um tópico para falar de Huiracocha. Eu sei que não fui lá por turismo, à toa, à toa.
Olhar para cima me deu desânimo. Havia ido até ali movida por palavras mágicas  - O Templo do Sol que estava no cimo da fortaleza. Ai, aquele sem número de escadas que levavam ao topo. Impossível para eu chegar lá. Não havia conseguido chegar ao topo em Pisac. Frustrante!
E o grupo, liderado pelo guia com rodinhas nos pés, começou a subir. Conformei-me com a minha incapacidade. Iria até onde os deuses quisessem. Não havia sido assim? Só a vontade deles? Opa! Idéia! Levei um lero com Huiraconha que estava impassível lá na montanha, com o rosto iluminado pelo sol. – Ó, meu! Vim até aqui. Vê se agora faz tua parte, né? Me dá asas para que eu voe até lá em cima, no Templo do Sol. Sacanagem vir aqui e não conseguir ir lá. Quebra ai esse galho.


E fui subindo devagar, no meu ritmo. Abel sempre parava para dar explicações, mas quando eu conseguia chegar ao grupo, Abel já estava de saída para outra parte mais acima. Tinha nada não, importante era chegar.


Aos trancos e aos barrancos cheguei ao cume. Cheguei onde estão as pedras do Templo do Sol. ALELUUUUIA, ALELUUUUIA, ALELUUUUUUIA. Aleluia o caramba! Isso é coisa de católico que acabou com tudo isso. Dei uma piscadela cúmplice para o titio Huiracocha, em agradecimento e fui ser feliz. Afinal, era meu aniversário. Não havia sido como planejei, portanto, ser feliz com o que haviam me dado. Fotos e mais fotos. Peguei o Sol lá cima entre minhas mãos. Não acreditam? Está fotografado. Péra aí que já posto.




Geeeeeente, é de ficar de queixo caído com tudo que se vê. Ô povinho danado,  esses incas! Não é que trouxeram blocos de pedras enoooooormes para o cimo da montanha e não será só capricho, não. Cada pedra tinha sua função. E mais: eles sabiam onde e como o sol incidiria em determinadas épocas do ano – solstícios e equinócios. Faziam tudo direitinho. Melhor que tudo. Reverenciavam todos os elementos da Natureza e festavam muito em agradecimentos. Tempinho bom. 

Claro que há toda uma parte da História desse povo, pois ali havia sido um marco de resistência contra os espanhóis. Mas eu estava ali pelo aspecto ESOTÉRICO de tudo.
Depois de uns “teretetês” (meio difícil fazer umas "macumbitchas" ou umas "santerias" no meio de todo mundo), começa a descida por outro caminho. 


Abel fala do desenho de uma llama naquela montanha e só no sopé que ele mostra. Confesso que até agora minha imaginação não conseguiu ver a tal llama.
Embaixo, uma nativa nos aguarda cantando em sua língua. Fazemos roda e batemos palmas. Mil fotos e, claro, propina.



Isso. Proprina no Peru é do peruuuuuuuuuuuuuuuuuu. Todo mundo quer propina por uma foto.
Uma tia que fotografei e dei um sole (é a “tabela”) brigou comigo. Queria dois soles. Hahahaha
Iohannah quase foi à falência gastando os soles que tinha, em propinas para fotos.
Mais uma atração no passeio. Mas como , se já é noite? E lá fomos para Chinchero, onde paramos em uma construção que, segundo o guia, era administrada pela família que lá morava e não flaavam espanhol. Por tradição, só falavam o quechua. Seeeeeeeeeeeeei
Recebidos com sorrisos, cumprimentos, assentos. Ai, ai, tudo comercial. Tudo arrumadinho. A líder da família nos mostrou como limpar e tingir a lã da llama usando raízes e plantas, enquanto tomávamos chá de coca e outras mulheres teciam em teares rústicos. Fotos, filmagens, tudo muito lindo. Agora a surpresa – todo mundo correu para sua banquinha de peças de lã, artesanato e haja preços, pechincha e o melhor – todo mundo falando espanhol! Hahahaha O milagre de falar línguas! Foi ai que Iohannah ficou toda feliz em comprar um casaco colorido, crente que era único. Não só era comum, como era feito em máquina e mais caro. Não deixe para comprar em outro lugar o que você pode comprar em Cusco. É um engano achar que encontrará mais barato. Se encontrar.

Mesmo assim, todos saíram felizes, sorrindo e no silencio do ônibus, admirando a lua liiiiiiiiiinda, brilhante que banhava a estrada de volta a Cusco.
Um jantarzinho no Restaurante Paititi na companhiada filha e  de mais  dois rapazes educados, gentis e bonitos – Marcelo e Danilo – era tudo que pedi a Deus. O bom da casa é que serve, como cortesia, um pisco a cada cliente. Não sei por que os meninos não tomaram. Beberiquei um tiquinho para saber como era. Temi dar  reação com meus medicamentos. Mas era gostoso.
Ah, o pisco é mais uma bebida feita de uva.
De volta ao hotel, na porta, damos de cara com Fidel acompanhado de uma senhora. Já pressenti que havia problema. Mais desculpas seriam dadas, com certeza. Não deu outra. Fidel arrastara a senhora para que essa pedisse desculpas a nós. Ela não havia comprado nossos tíquetes de trem e não teríamos como ir a Machu Picchu no dia seguinte. Para compensar, Fidel, de seu próprio bolso, pagaria nosso city tour, mas no outro dia, dia 13, ele mesmo viria nos apanhar para irmos a Machu Picchu, às 6.20h.
Vocês acreditaram??? Nem eu!
Esse foi dia de aniversário em Cusco. Obrigada ao Altíssimo por mais um ano e todas as bênçãos recebidas.

Pisco é o nome de duas variedades diferentes de aguardente de uva, produzidas no Peru e no Chile . É baseado fundamentalmente na destilação do mosto proveniente de uvas. Trata-se de um termo pre-hispânico (quechua) cuja origem remonta-se à "Villa de Pisco" atualmente localizada no litoral do Peru, nome quechua que significa "ave" ou "pássaro", foi fundada en 1640, nas inmediações do assentamento indígena do mesmo nome. Wikipedia

Pisco Sour (como se toma no Peru)

- 02 partes de Pisco
- 3/4 partes de suco de limão
- 01 colher de chá de açúcar
- 1/8 a 1/4 clara de 01 ovo

Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata
com gelo, com pouca velocidade. Ao servir o copo deve
ter 1/4 de espuma

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