O ônibus no
apanhou no hotel às 8.20. O parque fica fora de Cancun, na estrada que vai para
Praia Del Carmen.
Passeio
imperdível – é um parque temático. Como os parques americanos. Você pode haver
pago um preço convidativo, mas não vai escapar de assaltos no parque. Se você
quiser os passeios mais importantes, terá que pagar à parte por eles – nadar no
rio subterrâneo, nadar com golfinhos, snorkel... grana , grana e grana, na base
dos 100 dólares por pessoa, cada passeio!
Prepare-se para pagar 29 pesos (lá
dentro considerados 3 dólares), por uma mísera garrafinha de água mineral. E
com o calor abafado, você transpirando que só tampa de chaleira, vai morrer mesmo
no preço.
Não resta
dúvida que é um parque bonito, mas para nós do centro-oeste do Brasil, onde a
Pousada do Rio Quente tem uma estrutura fabulosa e BONITA, colorida, com
plantas de encherem os olhos com suas cores, a paisagem do XCaret fica meio
cinza, se não ficar somente vendo as araras ou um tico de flamingos e se
aventurar mato a dentro. Ainda bem que há piscinas à beira do mar, praias
artificiais e sombras para se fugir do calorão que faz o sangue literalmente
ferver.
E o aquário.
Gente pra lá e
pra cá à procura dos pontos importantes apontados nos mapas. Apesar de tudo, o
parque não é tão grande. Quando os restaurantes abrem (nosso planos com almoço
e bebidas inclusos), tornam-se um ilha de refúgio.
Fui com sede ao
pote. Camarão. Havia um consumé de frutos do mar. Não é que o primeiro camarão
que provei, senti logo que não estava lá muito católico? Cuspi-o, mas só de
haver provado, houve um pequeno efeito colateral. Ainda bem que viajo com minha
pequena farmácia. Mas não foi nada que empanasse o almoço servido.
Uma sombra, por
favor. Acho que vi um gatinho, ops, um redário! Não é que existe um
redário entre dois restaurantes? Só que as redes já estavam todas
ocupadas. Ô povo que corre. Come e dorme! E dorme nas redes em pleno sol. Por
isso mesmo tentei derrubar um dos coqueiros que servia de armador para uma
rede. A dona ali se aboletou e puxou o maior ronco, ignorando
minhas tentativas de derrubá-la da rede que eu queria para mim. Tentei de tudo,
apelei até para uma rosa dos ventos estilizada com as direções de cidades
principais e tendo nosso Brasil apontado como para baixo, como se do outro lado
do mundo (pura implicância!), porém, DEBALDE!
Contentei-me
com uma barraca bem ao estilo caribenho. Puxei um ronquinho – que aqui no
México se chama SIESTA - que teria sido tudibão se não fosse a droga de uma avó china que, cuidando do
pentelho do neto, falava mais que papagaio na areia quente. Putz! Aquela china
era vacinada com agulha de vitrola. A doida da velha falou durante uma hora,
como se o pentelho do neto estivesse entendendo. Para piorar, chegaram os
metralhas dos pais e as araras estavam todas juntas tagarelando. Endoidei e dei
um grito neles! Hahahaha.
Finalmente
foram embora. Santa paz, mas aí eu havia despertado da minha siesta. Afinal, em
terra de sapo, de cócoras com ele. Sabedoria popular.
Vamos andar,
vamos andar. Borboletário, ops, mariposário. Lá fomos nós. Caceta! Perdi tempo.
E as sacanas das borboletas azuis são inquietas demais. Não consegui
fotografar umazinha. As demais, muito comuns. Enfim, nada de especial, a meu
ver.
Ah, lugarzinho
charmoso esse tal de XPÁ. Charmoso sim, menos os preços.
Vila Maya.
Todo mundo fingindo que está trabalhando, como se morasse ali mesmo. Mas
é encenação, trabalho mesmo.
Gostei mesmo
foi do Tamascal e logo teria um show. Foi duro encontrar uma brechinha pra
sacar unas fotos. A gringaiada toda empoleirada para assistir. Interessante.
Vibrante o toque do tambor guerreiro, as danças, o figurino, a encenação.
Cemitério maia,
onde achei um barato uma tumba toda decorada com tampas de cervejas mexicanas e
uma garrafa de cerveja Corona incrustada bem no meio da tumba, a igrejinha de
São Chiquinho bem estilosa, o campo de futebol maia...
Ops, algum
desfile à frente. Era uma exibição de um grupo folclórico. Io entrou na dança
com os mascarados. A seguir viria a apresentação das adelitas e dos cavaleiros
mexicanos que tem outro nome. Achei boba a apresentação.
Peninha que
perdi a apresentação dos voadores de Panpantla.
Uma rápida visita a uma "típica fazenda mexicana" toda produzida. Um luxo!
Uma rápida visita a uma "típica fazenda mexicana" toda produzida. Um luxo!
E vamos correr para o local do show. Aproveitamos para fotos com os figurantes.
Às 19 horas em
ponto começou o mega show. O Estádio, enorme, estava lotado. A primeira parte
do show é dedicado ao tempo do apogeu dos maias e astecas, com danças, cantos,
encenações de reis de ambas regiões se encontrando. Segue-se um jogo de pelota
com times dos dois reinos.
Surpreendi-me
entendendo como funcionava o tal jogo e mais, torcendo! Não tem como ficar
indiferente. Você torce para que alguém, não importa qual time, faça a pelota
passar por um buraco na parede, tipo uma argola. Nesse meio tempo, os jogadores
jogam normalmente. Ops... normalmente? Desde quando jogar bola usando apenas o
quadril é normal? Não importa. Vamos ao gol, ou melhor, à cancha, que é a tal
argola na parede inclinada, bem acima. Coisa pra maias e astecas. Mas, de
repente, a bola que era de borracha – sim eles sabiam extrair o látex e
transformar em borracha – vira uma bola de fogo e o jogo continua com bolas de
fogo. E diga-se – PQP! Eles são bons com o jogo com bolas de fogo. O Capitão
leva, leva, lega, dando tapas na pelota com seu taco até o campo da equipe
oposta e... alcança o gol. Mas é só um pontinho. O que vale mesmo é passar a
pelota pelo buraco do aro. Esse é o método mais excitante e mais –jogando com o
quadril. Vai ser bom assim lá China! Pois não é que o Capitão de uma das
equipes acertou o tal buraco? Ovação geral dos presentes, inclusive minha que
gritei, berrei, aplaudi, como se estivéssemos em um campo de futebol normal pra
nós.
Só para
registro – observei pelo menos três tipos de jogos num mesmo jogo, isto é, três
estilos. Um deles – juro – é a origem do chamado hockey, com bastão e
tudo!
Informações
sobre o jogo
O maior de
todos os campos de jogo conhecidos é o campo principal de Chichén Itzá, com 168
metros de comprimento e 70 de largura, maior que um campo de futebol.
O jogo
propriamente dito era chamado de poc ta tok
O jogo de bola
mesoamericano é pelo menos tão antigo como a civilização olmeca. De fato, o
nome que os astecas davam aos olmecas, olmeca, significa povo
borracha (do nauatle ulli, "borracha"), pois atribuíam a
origem do jogo de bola a este povo antigo. Uma dúzia de bolas de borracha, com
diâmetros entre 10 e 20 cm, foram encontradas em El Manatí, um local
sacrificial olmeca. As bolas mais antigas, que são também as menores, datam de 1600
a.C. Estas bolas de borracha foram encontradas juntamente com outras oferendas
rituais, indicando que mesmo em tempos tão remotos, o jogo já tinha conotações
religiosas e rituais.
O show estava
emocionante, uma verdadeira viagem ao passado glorioso dos astecas e dos maias.
Eu escrevi ESTAVA, até entrarem uns intrusos vindos do outro lado do oceano –
e aquele previsto pelas profecias e que foi confundido com a Serpente
Emplumada porque portava um capacete com plumas – o Hernán Cortez e sua tropa.
Vem os religiosos e ai a coisa degringolou. A ICAR começou a destruição dessas
culturas que eram mais avançadas que os europeus, ainda na idade da
pedra.
A segunda parte
do show é dedicada ao folclore de alguns estados mexicanos com especial
interesse pessoal ao Voladores de Papantla.
A cerimônia dos voadores é um ritual originário da Mesoamérica e que se caracteriza pelo uso de aparatos giratórios e manobras acrobáticas. Enquanto se
conhece erroneamente pelo nome de dança dos Voadores de Papantla, o Jogo do Voador não é exclusivo dessa população
veracruciana, nem tão pouco é uma dança no sentido estrito. Suas origens remontam
ao período préclássico Médio mesoamericano e foram encontradas representações
desse ritual em cerâmica funerária de culturas do ocidente ( Colima, Jalisco e
Nayarit) e está muito provavelmente relacionado como sacrifício gladiatório e os
cultos da fertilidade. Sobrevive na atualidade entre os nahuas e os totonacos da Sierra Norte de Puebla e o Totonacapan
verazruciano.
A Dança do Voador é uma das mais polulares que sobreviveram à conquista
espanhola. É executada com quatro participantes que representam os quatro pontos
cardeais e o Caporal, que representa o centro e é o personagem que toca um
tambor e uma flauta e coordena o ritual.
O Caporal ao tocar a flauta
e o tambor invoca um oferecimento
espiritual antigo na forma de uma dança espetacular.
É utilizado um tronco ou palo voador
onde se ajustam várias peças: uma pequena base de madeira, uma cruz, um pivô
que unirá e possibilitará o giro e uma escada unida ao palo. Nos extremos da
cruz colocam cordas que seguram os voadores pela cintura, de cabeça para
baixo e seguros pelas pernas giram 13 vezes cada um deles simulando
a descida dos 13 céus do deus sol, que
multiplicado pelos 4 voadores resulta em 52que é o número do calendário indígena
- o
Xiuhmolpilli.
Finaliza quando os participantes começam a abrir o círculo
até tocar o solo. Os
dançantes vestem roupas muito coloridas que representam as aves tropicais. A
fertilidade se apresenta mediante a descida dos dançantes, que simboliza a caída
da chuva.
Foram duas
horas de música, cores e tradição e história.