sexta-feira, 15 de novembro de 2013

AMSTERDAM 2013



Viajar está no meu sangue. Sou filha de marinheiro. Preciso ver outras terras, caminhar outros caminhos, outros rios, veias da Terra. Conhecer outras paragens, novos ares, fatos e lugares históricos. Viver a energia dos lugares, a magia dos povos, o conhecimento dos antigos.
Assim, nem mesmo havia concluído as postagens do México e já me via às voltas com novo planejamento de viagem.Era a vez de mostrar a Europa para minha filha Lakshmi que recém terminou a sua faculdade. Deixei por conta dela, dizer que cidades queria conhecer, com alguns pitacos da mãe viajada.
Amsterdam, Roma (incluindo um cruzeiro pelo Mediterâneo), Veneza, Verona, Londres e Paris.
Chegamos a cogitar Lisboa, mas Amsterdam teve prioridade e também porque o preço da passagem pela KLM foi mais decisivo.
Um probleminha para não ficar tudo muito chato. Já em São Paulo, aguardando  o voo para Amsterdam, Lakshmi foi chamada a se apresentar a um dos atendentes da KLM. Resumindo – o atendente da TAM em Brasília não havia nos dado os tíquetes da nossa bagagem e, consequentemente nossa bagagem estava lá solta. Era como se Lakshmi estivesse viajando apenas com a bagagem de mão. Foi um apuro para localizar  e identificar nossa bagagem.
Finda essa novela, fomos  embarcar por último praticamente,  numa aeronave Boing 777 com 425 passageiros. Aeronave lotaaaaaaaada!
Juro que o Albertinho (Alberto Santos Dumont) jamais imaginou que um dia haveria aeronaves desse tamanho, carregando todo aquele peso, levantar voo  e pousar tão suave.
A boa notícia em viajar pela KLM é que o espaço entre as poltronas é mais confortável, mais espaçosa e você não fica batendo o joelho na poltrona da frente. Porém – há sempre um porém – senti falta daquela bolsinha sem vergonha que a TAM dá aos passageiros com trequinhos de uso imediato: escova de dente, pastinha em miniatura, meias descartáveis... pode parecer uma coisa sem valor, mas senti falta. Ainda bem que havia colocado escova e pasta na mochila, senão ficaria com gosto de corrimão de puteiro por longo tempo.

Destino: Amsterdam
Bom, impressão minha ou o voo foi mais longo? De qualquer maneira sempre levanto pra caminhar um pouco, esticar as pernas, melhorar a circulação e numa dessas esticadas, conheci Pietro, um descendente de alemães, de Chapecó, que atualmente mora na Alemanha. Depois juntou-se  mais o Marcelo e a conversa se estendeu por mais de duas horas. Falamos de tudo – política, religião, emprego, economia, segurança... até que acordamos os últimos passageiros e quase fomos expulsos por uma das comissárias.
Ah, descobrimos o mocó dos comissários. Onde eles repousam um tico. Nunca imaginei que naquele vão que fica em cima das 4 poltronas, há um monte de camas onde eles sobem por um escada saindo da cozinha no rabo do avião.

A chegada a Amsterdam foi tranquila. Dá gosto de ver de cima o quanto os holandeses são bons em engenharia. Como drenam e aproveitam cada pedacinho de terra. Água pra todo lado, mas controlada e fica bonito de se ver. Parece até mesmo um jardim planejado.

Passar pela imigração foi tranquilo. Sem o stress que sempre envolve Londres, por exemplo. O policial apenas perguntou o motivo de nossa viagem. Nem quis ver nossas reservas de hotéis. Apenas disse que  acreditava em nós e plaft. Carimbou nossos passaportes. 
Acredite se quiser, saindo para a área de recolher a bagagem, quando chegamos à esteira, nossas malas já estavam circulando, praticamente todos passageiros já haviam pego suas bagagens, sem falar que foram dois "fingers" para a retirada dos passageiros da aeronave. Já imaginou se assim não fosse?
Enfim, fiquei  impressionada com a organização de como os passageiros embarcam e desembarcam, apanham as bagagens rapidamente e sem muvuca, tão comum nas aeronaves da TAM. Coisa de brasileiros. Hehehehe.

Ao sairmos da área de bagagem, lá estava Thalles, à nossa espera e, para nossa surpresa, fomos recebidas com flores – gérberas amarelas e muito carinho, dosado de alegria. Menino criado na minha casa e agora  se jogando mundo afora, longe da barra da sai da mãe, batendo cabeça, aprendendo... só assim se dá valor ao que se conquista por esforços próprios.




Mas eu também tinha surpresa pra ele. Fiz um belo contrabando de pão de queijo, daqueles feitos no capricho, com muito queijo mesmo e ainda recheados – com queijo, claro. Qual o goiano que não gosta de pão de queijo? Surpresa maior só eu tivesse contrabandeado pamonha. Hahahahaha. Foi só partir para o abraço.
Thalles se empanturrando de pão de queijo

Nada como se estar acompanhada por alguém que mora no local e já conhece todas as manhas. Era só acompanhar atenta a tudo. Comprar o tíquete do trem até Sudi, de lá comprar o bilhete de tram-ônibus por três dias e tchau-tchau táxi caro. Pra quê se o tram nos deixou ao lado do nosso apartamento.

Um parêntese. Nesta viagem resolvi experimentar o sistema de hospedagem pelo AIRBNB e WIMDU. Em Amsterdam escolhi um B&B que, pelo mapa oferecido, pareceu ser próximo ao centro. Enganei-me. É que Amsterdam também tem alguns quarteirões enormes.  Pelos comentários, escolhi o apartamento do Ginno El Cícero. O bairro é calmo e pelo notei apesar de poucas pessoas nas ruas, deve ser bem habitado por mulçumanos.  Na verdade o apartamento era tudo que estava descrito no anúncio. Local limpo, arrumadinho, tudo nos seus devidos lugares e o Ginno foi muito simpático e prestativo. Tudo que precisávamos para o café da manhã já ficava no quarto provido de geladeira e máquina para esquentar água para chá ou café, além de uma cafeteira no corredor.

O que compensou? O preço pela qualidade talvez superior a um hotel, além da liberdade. Super recomendo.

O tempo em Amsterdam? Bom, já completamente em clima de outono. Embora não se admire que nos países baixos chova todo dia, a toda hora, portanto, estava um pouco frio para o nosso gosto, chuva mais intensa em algumas horas, mas nada que atrapalhasse muito nossos passeios.

Falando em passeio, saímos de imediato para um rolê pelo centro de Amsterdam – direto para o DAM – o centrão. Não, não, espere aí. Dam é o local onde começou Amster – originário do nome do rio Amstel. O povo foi aterrando toda região gradativamente, respeitando os espaços para a água escoar, afinal a região está abaixo do nível do mar e Amsterdam está à margem do mar. Interessante notar que os engenheiros de outrora e os atuais respeitam o espaço da água e usam o artifício para criarem ambientes que, ao final, ficam requintado e dão o ar charmoso dos canais que tanto identificam Amsterdam. Se fosse no Brasil, com certeza a negrada teria aterrado tudo para ganhar mais dinheiro com a especulação imobiliária.

Outra coisa interessante – o grande número de casas de três andares, todas grudadinhas umas nas outras e tortas! Isso mesmo – totalmente tortas. Já que o terreno onde foram construídas  tem uma solidez duvidosa, os construtores já deixam os descontos para as acomodações – resultado: um charme ser torta!













Voltemos ao tram – acho gostoso andar no tram, mas que em ônibus. Vai mais devagar, desliza macio nos trilhos e você tem tempo de ver tudo. O nosso tram serpenteava entre casarões antigos, passava pelos museus mais famosos como o de Van  Gogh ( diga Faaaaaaan Rôoooooorrrrrrrrrrrrrrrrr –isso , bem gutural), o Rijsksmuseum (pronuncie RÉXMIUSIAM ou apenas RÉX, todo mundo vai entender que você está falando do famoso museu) Mas o tram continua passando pela Leinizplein, pela igreja vizinha à casa onde Ann Frank ficou escondida, igreja que me chamou a atenção pela  grande coroa que adorna a torre, e segue para o dam propriamente dito.
Descemos ali, bem ao lado do centro da muvuca. 

Taí, gostei, apesar de ser domingo à tarde, muita gente passeando pelo dam. Bem no centro, o palácio do governo, aquele mesmo tomado pelo Luis Bonaparte, irmão do Napoleão Bonaparte que transformou o palácio em centro de seu governo e ficou sendo até hoje.

Artistas de rua, gente, lojas de grifes, outras nem tanto, pombos, turistas com a boca aberta, apontando, olhando pra cima e câmeras a toda. E nós no meio deles fotografando também.

Cruzamos ruas, lojas, pessoas, ruelas, paramos e entramos na primeira bolsa de valores da Europa... entramos de graça. Normalmente a visita  a esse prédio é paga, mas hoje ainda faz parte do dia do monumento e  o prédio da bolsa de valores é considerado monumento.
A primeira bolsa de valores da Europa

Aproveitamos a onda do dia de graça, free, “di grátis” e descolamos uma visitinha à catedral que também cobra visita. Aliás, não há nada de graça por aqui, só um refúgio de mulheres que logo citarei.

Bom, a catedral é imponente, mas creio que missas ou ofícios religiosos são  meio raros, pois o povo holandês está mais para o protestantismo – não, não é essa massificação louca, alienada que vemos no Brasil com uma proliferação desenfreada de igrejas evangélicas a cada 100 metros, com os nomes mais espatafúrdios e com o objetivo de arrancar dinheiro dos incautos.

Catedral de Amsterdam




Bela pegada na calçada da igreja matriz de Amsterdam

Escultura em homenagem à prostituta que lutou pelos direitos das profissionais do sexo - Bella.


Claro que passamos pelo Distrito da Luz Vermelha. Imagina! Não pode fotografar? Bem, eu estava com a câmera à mostra, mas não fui importunada e não importunei ninguém. Respeito é bom. Fotografei o que podia ser fotografado e sem problemas.


Entrando no Red Light District

Sem legenda


Ah, mas eu coloquei no meu caderninho uma visita à sinagoga portuguesa aqui mesmo, em Amsterdam. Corremos até lá e  voiláaaaaaaaaaaaaa – o prédio  também é um monumento e economizamos mais 36 euros.



Sinagoga Portuguesa

A Sinagoga Portuguesa foi criada pelos judeus, expulsos também de Portugal, depois que o rei português que aceitou os judeu expulsos da Espanha pelo casal carola – Fernão e Isabel de Castela. Assim, ó – vamos esclarecer isso. Os carolas Isabel e Fernão, expulsaram os judeus da Espanha e só podiam levar praticamente a roupa do corpo. Sem contar com o flagelo do Torquemada (Tomás de Torquemada – o cara que fez mais churrasco de judeus que qualquer outro dominicano) no encalço. Todas as propriedades, bens, ficaram para a  coroa espanhola. Judeu não servia, mas seus pertences sim. Os judeus foram para Portugal. Vendo nos judeus uma bela fonte de riqueza, o esperto português os expulsou tempo depois – mas todos teriam que sair com uma mão na frente e outra atrás. Ou seja, o “portuga” se apoderou de grande parte da riqueza dos judeus. E dizem que os portugueses são burros. Pois, pois!
Por que os judeus vieram para o Holanda? Por serem os holandeses mais inclinados ao luteranismo, eram mais tolerantes. Pelo visto os judeus se deram bem nos Países Baixos. Pra todo lado vemos empresas, ruas, praças com nomes de origem judaica. E o que dizer de Antuérpia, o maior centro de comércio de diamante do mundo?

Bom, depois de ver a bela sinagoga de Budapeste, considerada a maior e mais rica da Europa, eu havia feito uma ideia da Sinagoga Portuguesa nos moldes da húngara, mas não. Muito simples, escura, muito severa, mas não menos imponente e histórica. À saída, agradeci em português ao senhor que estava à entrada e ele me respondeu em português. Foi o suficiente para uma conversinha – ele era de Angola.

Em tempo, essa sinagoga possui um pequeno museu à entrada, no subsolo, com paramentos, tecidos ricamente bordados para suporte à Torá.

Museu da Sinagoga Portuguesa


Ah, o comércio de diamantes na Holanda é muito forte. E quem domina esse ramo? Os judeus, claro. Há museus, lapidários por todos os lados. Diamantes são fáceis de transportar e uma riqueza que garante solidez a qualquer instante. Ou seja, a confirmação de que os amantes são eternos. Isso me fez lembrar um livro de Noah Goran que li recentemente – O diamante de Jerusalém. Interessantes as informações nele contidas, mesmo romanceadas, mas quem souber ler, um pingo será um livro inteiro.

Batemos perna por um tempo mas saco vazio não se põe de pé e procuramos um lugar para almoçar. Tá, já eram umas 5 horas da tarde, mas estômago ao tem relógio. Encontramos um restaurante grego a julgar pelo nome -  Santorini – foi onde comi a moussaka mais gostosa e o vinho da casa com resina desceu macio.


Moussaka deliciosa no Santorini

Satisfeita a matéria, ainda havia espaço para mais fotos na praça do titio Rembrandt, onde o quadro Nacht Watchers está em 3D, em esculturas. Foto nessa praça é obrigatória e cada um faz a pose que considera mais criativa. Chegando minha vez, não contei pipocas – ensaiei uma boa pegada num dos vigilantes, com uma encoxada pra ninguém botar defeito. Só ouvi os gritos de incentivo, aplausos, assobios e um presente gritou – O que acontece em Amsterdam fica em Amsterdam! Hahahahahaha

Nacht Watchers na Praça Rembrandt

Mas meus olhos tinham vida própria e se fechavam. Minhas perninhas já reclamavam e o melhor foi despachar o Thalles e voltar para o apartamento. O sono venceu, afinal, eu estava há 48 horas sem dormir.

Segundo dia em Amsterdam e o nosso encontro foi na Central Station. Fotos da estação de embarque nos barcos que fazem o passeio nos canais, estacionamento de bicicletas, do porto que fica atrás da Central Station, onde já é mar, e rumar para o Biblioteca Nacional de Amsterdam, a maior biblioteca da Europa, instalada em prédio moderno, ocupa 7 andares. À entrada, uma escultura de madeira de um homem nu, bem estilizada. Como sempre, não deixamos por menos e a escultura nos rendeu hilárias fotos.



Estacionamento de bicicletas


Central Station de Amsterdam  ao fundo
Biblioteca de Amsterdam



Lakshmi tocando na Biblioteca de Amsterdam

Ah, mas o restaurante da biblioteca merece uma visita e foi lá onde almoçamos bom e barato, além da bela vista que se tem.



Conhecendo os arredores do centro, como aquela igreja com a torre em forma de coroa colorida havia ficado marcada, fomos pra lá. Trata-se da Westerkerk, na Prinsengracht , 281, pertinho da casa da Anne Frank, tanto que há uma pequena estátua de Anne, na calçada da igreja. 
Escultura em homenagem a Anne Frank
Museu Anne Frank

Westerkerk foi uma das primeiras igrejas protestantes construídas e tem no alto a coroa imperial da Áustria de Maximiliano I. (1620-1631).
Rembrandt van Rijn foi enterrado nessa igreja, embora não se saiba o local exato de sua tumba.


Infelizmente já havia passado o horário de visita, mas aproveitamos uma porta verde, bem antiga para umas fotos da Lakshmi. Foi até hilário, pois parecia mesmo que a Lakshmi era uma modelo, eu a fotógrafa e o Thalles o produtor. Resultado: várias pessoas ficaram por ali, olhando, assistindo à sessão de fotos que, por sinal, ficaram ótimas, graças ao vento. Tão logo terminamos a sessão e saímos da porta, vários curiosos correram para tirar fotos na porta que ficou famosa do nada. hahahaha






O bonitinho ai tirando o maior ronco em serviço.



Terceiro dia em  Amsterdam – dia de museus e fechar o programa. Começamos cedo com o Rijsksmuseum. Nossa! Não imaginei que fosse tão grande. É preciso um dia inteiro pra ver tudo. Fizemos visita de médico a várias galerias. Sim, sim, vimos muitos outros quadros famosos. Pinturas do titio Vicent Van Gogh, por exemplo, mas a gente fica estarrecida mesmo diante  do quadro Vigilantes Noturnos, do Rembrandt. É enorme e uma grande multidão fica ali, parada, de frente ao quadro, com cara de entendida, comentando, alguns com cara de intelectuais, outros com cara de bobo mesmo. Eu me enquadrei com a cara de curiosa, já que não sou entendida de arte, mas não sou tão boba. Agora o que me chamou mesmo a atenção em muitos quadros é que os personagens mais importantes das pinturas, são retratados com a mão quebrada, em poses em bichosas, sem se falar nos modelitos. Hahahahaha... Há cada figura que, sem dúvida, estão mais para o feminino, apesar dos bigodes, armas e tudo mais... mas aquelas poses... sei não, sei não... tem mãe que é cega! 

Detalhe de uma coluna no Rijsksmuseum

Pintura de Alma Tadema





Caravaggio - A incredulidade de São Tomás

Não me pergunte nada. Não sei de nada.


Detalhe do quadro Alegoria da Abdicação do Imperador Carlos V, em Bruxelas - de Frans Francken

Ah,  gostei muito de grande parte das pinturas do Rembrandt. O quadro em que ele se pintou como Apóstolo Paulo,  merece ficar um tiquinho mais lá olhando mesmo com cara de bobo. 

Rembrandt como Apóstolo Paulo

Isaac abençoa Jacob

Do Vemmer, para minha decepção, poucos quadros estavam expostos.


Mulher em azul lendo uma carta - Johannes Veemer


Biblioteca dentro do Rijsksmuseum



Mas o que eu queria mesmo era ver o famoso quadro A moça do brinco de pérola (Het Meisje met de Parel), do Johannes Vermeer, mas esse quadro fica no Mauritshuis de Haia. Sim, sim, a casa do João Maurício de Nassau que figura na nossa história durante o período em que ele foi o governador do Brasil holandês, no século XVII.


Como disse, mesmo fazendo visita de médico, ficamos 3 horas no museu. De olho no relógio, corremos para o museu do Van Gogh, que é ao lado.

Báaaaaaaaaaaaaaaaa...outra decepção. Onde enfiaram os quadros da fase japonesa do Vicent? Aqueles quadros bem vivos, com muito vermelho? Ninguém soube me dizer e outros funcionários até desconheciam. Só estava um dos quadros dessa fase.

Por outro lado, lá estavam os girassóis, disputadíssimo! Uma fotenha ao lado do quadro, mesmo que meio torta, só pra marcar território.









(Como assim? Há outro quadro Os Girassóis na Galeria Nacional de Arte, em Londres? Aliás, vi vários quadros duplicados pelas minhas andanças pelos museus).

A  melhor notícia foi que agora se pode fotografar QUASE tudo. Não se pode fotografar os quadros de coleções particulares, mas foi um grande avanço.
Interessante as informações adicionais sobre o trabalho do Vicent. Como ele não tinha lá esses dinheiros, na verdade era sustentado pelo irmão, Theo, ele muitas vezes começava a pintar. Desistia, raspava  e pintava outra coisa por cima. Com raio X alguns desses quadros são mostrados o projeto original.

Depois de visto todo acervo exposto, resolvemos almoçar ali mesmo no museu. Lakshmi escolheu uma salada. Faltando pouco para terminar sua salada, Lakshmi me perguntou me mostrando um pedaço de folha – mãe, que é isso que está se mexendo? Era uma linda, lustrosa, saltitante e verde lagarta, vivinha da silva!
Munida da bichinha inocente de seu destino, levei-a ao senhor que ora ocupava o caixa, com ares de  chefão.
Inocentemente , mostrando-lhe a dançante lagarta, perguntei-lhe – por favor, esse material faz parte do menu? A princípio ele não viu a lagarta, mas quando essa sapeca se mexeu fazendo uma dancinha, tudo que ele disse foi – ah, uma lagarta! Deve ter vindo da cozinha. Óbvio que ela passou pela cozinha e ofereceu outra salada. Agradeci, mas não era necessário. Não, não fotografamos a intrusa quase suicida. Dali a pouco, sentindo-se menos ameaçado de um escândalo ou chantagem financeira, com todas as desculpas, o gerente devolveu o valor da salada temperada com lagarta.
O irônico que era tudo verde, ao contrário do tanto de amarelo usado pelo Vincent.


Corremos para a comunidade Begijnhof. É um parque medieval, remontando a ao século XII, onde viviam mulheres em retiro. Há uma igreja e uma capela, conhecida como Capela Escondida (casa 29 e 30), pois durante a perseguição por parte dos protestantes a comunidade conseguiu uma autorização para funcionar com a religião católica, desde que não parecesse uma igreja católica.

 

 






 Entrar na Capela já é outra viagem no tempo. Primeiro descobrir a entrada, quase disfarçada. Depois, o silêncio dentro da capela, onde estava um padre a orar. Mesmo os turistas mais barulhentos se veem obrigados ao silêncio que tudo ali impõe. Agora, o que me chamou a atenção mesmo foi o quadro principal acima do altar. Lá estava a Madalena, linda e maravilhosa!

 

 

 

 A santidade do lugar em si  é palpável. Transpira quietude, retiro, meditação. Com jardim muito bem cuidado, parece uma pequena cidade dentro da cidade. A casa mais famosa, de madeira, é a de número 34, datada de 1528, conhecida como a Houten Huis ou casa de madeira.

 

 

A tradução de  Begijnhof seria Jardim das Beguinas. Uma ordem de mulheres viúvas e solteiras que, apesar de não fazerem votos, levavam um vida casta e se dedicavam a ajudar os mais necessitados.



 

Hoje é conhecido como  Igreja Inglesa Reformada.

Ah, a entrada é de graça, mas o horário é rígido. Chegue um minuto após e não entrará.

Tempinho para entrar em um luxuoso shopping - Magna Plaza.

 

Tentamos usar wi fi mas que coisa mais difícil. Precisávamos ver Thalles para nos despedir e só o conseguimos ao voltar para o apartamento. Isso significou ter que sair de novo. Um jantarzinho bem caseiro no apartamento do Thalles.
Sim, deixamos algumas coisitas pra fazer em Amsterdam. Não fomos ao park Vondelpark. A chuva também não deixou. Nem deu tempo para o tradicional passeio de barco pelo canais. Passeio de barco pelos canais com chuva? Nem morta.
Só para constar, Amsterdam chove um pouco e faz frio também, mas nada assustador. Agora, o vento... como venta nessa cidade.

Ah, conheci e comi baboseira no famoso Febo. Até que não foi tão ruim. Comeria de novo.


Próximo destino – Roma.

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