Já estou com a mala quase pronta para a próxima viagem e não postei nem a metade dos relatos da viagem anterior. Hora de correr atrás do tempo. Vamos lá.
Onde paramos mesmo? Ah, ia postar o relato e fotos sobre Roma.
x.x.x.x.x
Chegamos
a Roma pelo aeroporto Fiumicino, ou Aeroporto Leonardo da Vinci. Foi só pagar o
trem de alta velocidade até o Termini. Nosso apartamento em Roma, no Sixbeds,
também pelo airbnb, é uma gracinha. Decorado com um grande painel de “O Beijo”,
de Klimt e outras gravuras dele. Max, uma gracinha, foi super gentil e encantador,
mesmo quando teve que carregar minha pesada mala por 5 lances de escada, já que esqueci a droga da
porta do elevador aberta por dentro e daí era impossível usá-lo.
Quer
saber, estou adorando esse sistema do airbnb. Você fica em apartamentos com
conforto, com tratamento mais personalizado, com liberdade e por um preço
tentador. Por coincidência ou não, ficamos no mesmo prédio que da vez passada –
Via Carlo Alberto, 63. Tá que a região não é a mais glamourosa de Roma, mas que
me importa se está perto de tudo que preciso e posso até ir a pé ao Coliseu? O
metrô é só descer as escadas e estou na estação Vitório Emannuel. A 400 metros
está a igreja Santa Maria Maggiore.
Assim,
depois do check in, demos uma
saidinha para almoçar-jantar nas imediações. Na verdade, o dia de viagem é
sempre morto. Não dá tempo fazer nada mesmo.
Primeira
providência – tentar agendar a visita à Galeria Borghese. Max nos ajudou,
ligando pra lá, mas tivemos a péssima notícia de que não havia mais vaga até a
próxima terça-feira, quando já teremos partido. Mesmo assim fomos pessoalmente
até lá, tentar a sorte. Infelizmente não conseguimos. O mais aconselhável é
agendar com um mês de antecedência, no mínimo. Fiquei muito frustrada.
Bom,
o negócio era aproveitar o que tínhamos, ou seja, o museu aberto que é Roma.
Começamos pela Piazza Spagna, onde o povo fica lagarteando ao sol nas
escadarias, ou se refrescando na fonte em forma de barca (Fontana della
Barcaccia ("barco feio"), esculpida
em mármore pelo Pietro Bernini e seu filho. No alto da escadaria está a igreja
da Trindade (Trinità dei Monti ou Santi Trinità dei Monti). A capela mais bonita é a chamada Capela Borghese.
Trinità dei Monti ou Santi Trinità dei Monti deve ser a mais fotografada das igrejas de Roma, o cartão-postal, já que se localiza no alto da Piazza di Spagna e da monumental escadaria chamada Espanhola, que se deveu em 1723 - 1726 ao arquiteto Francesco de Sanctis, e continua sendo o ponto de encontro dos romanos e dos turistas, de dia e de noite.
A igreja, que domina com as torres de sua fachada a Piazza di Spagna, foi fundada pelo rei Carlos VIII de França. A construção teve início em 1502 mas só foi terminada em 1587 pelo arquiteto Domenico Fontana, que completou a escadaria dupla e a adornou com capitéis e relevos narrando a vida de alguns santos.(Wikipedia)
Ah,
na Praça Espanha também há um obelisco, conhecido como obelisco Salustiniano.
Aliás, era moda esse povo furtar os
obeliscos do Egito e colocarem aqui em Roma. Embora digam que esse obelisco foi copiado
de um obelisco do Seti I e Ramsés II. Tá que eu acredito!
Pegando
a rua à esquerda da igreja, dá acesso à Vila Borghese, um enorme parque no
centro de Roma.
Depois
de irmos à Galeria Borghese e não conseguir agendar, descemos andando pela
via... já que a Lakshmi queria passar no Hard Rock Café, na Via Veneto, a rua
mais cara de Roma (pelo menos era. Não sei se atualmente ainda é).
Seguimos para a Praça Barberini e de lá para a Fontana de Trevi. No caminho, sem querer, encontramos o Templo de Adriano com suas colunas. Lugar ideal para muitas fotos.
Como
sempre, a Fontana de Trevi estava supitando de turistas. Conseguir um
lugarzinho para foto era ganhar na loteria. Mas conseguimos.
A gente vê de tudo na Fontana di Trevi
A Fontana
di Trevi (Fonte de Trevos, em português) é a maior (cerca de 26
metros de altura e 20 metros de largura) e mais ambiciosa construção de fontes barrocas
da Itália e está localizada na rione Trevi, em Roma.
A fonte
situava-se no cruzamento de três estradas (tre vie), marcando o ponto
final do Acqua Vergine, um dos mais antigos aquedutos que abasteciam a
cidade de Roma. No ano 19 a.C., supostamente ajudados por uma virgem, técnicos
romanos localizaram uma fonte de água pura a pouco mais de 22 quilômetros da
cidade (cena representada em escultura na própria fonte, atualmente). A água
desta fonte foi levada pelo menor aqueduto de Roma, diretamente para os
banheiros de Marco Vipsânio Agripa e serviu a cidade por mais de 400
anos.(Wikipedia)
O
danado de se viajar é isso – perde-se a noção do tempo. Só quando nossos
estômagos reclamam ferozmente é que lembramos de comer. Atacamos de pasta.
Puxa... pra mim que gosto de macarrão um pouquinho mais cozido, achei estranho
comer a massa al dente. Claro que comer próximo à Fontana é suicido no bolso!
Seguimos
para o Pantheon que é ali pertinho. Sempre fico maravilhada com o Pantheon. O
lugar estava loootado. Cada palmo disputado a tapas. Não imaginei que neste
período, passado o verão, estivesse tão cheio, mas estava.
Vamos começar entendendo o que significa pantheon. Pan = todo(s); theo (deus). Então temos, literalmente, todos os deuses. Sim, era um templo romano onde todos os deuses eram venerados. Havia altar para o deus desconhecido e por ser desconhecido, claro, não havia nenhuma representação física (leia-se, estátua).
O Panteão,
situado em Roma, Itália, também conhecido como Panteão de Agripa, é o
único edifício construído na época greco-romana que, atualmente, se encontra em
perfeito estado de conservação. Desde que foi construído que se manteve em uso:
primeiro como templo dedicado a todos os deuses do panteão romano (daí o seu
nome) e, desde o século VII, como templo cristão. É famoso pela sua cúpula.
O Panteão
original foi construído em 27 a.C., durante a República Romana, durante o
terceiro consulado de Marco Vipsânio Agripa. Efetivamente, o seu nome está
inscrito sobre o pórtico do edifício. Lê-se aí:
M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIUM.FECIT, o que significa: "Construído por Marco
Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul".
O
edifício, circular, tem um pórtico (também denominado pelo termo grego "pronaos")
com três filas de colunas (8 colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão.
O interior é abobadado, sob uma cúpula que apresenta alvéolos (em forma de caixotões)
no interior, em direção a um óculo que se abre para o zênite. Estes alvéolos,
além de serem utilizados esteticamente, também foram pensados para diminuir a
quantidade de concreto (betão)a ser utilizado na estrutura, tornando-a mais
leve. Da base da rotunda até ao óculo vão 43 metros - a mesma medida do
diâmetro da base - o que significa que o espaço da cúpula se inscreve no
interior de um cubo imaginário. (Wikipédia)
Bom, essa cúpula, teria sida projetada para, em caso de chuva, o interior não seria molhado,mas eu acho que os projetistas calcularam mal, ou, em alguma reforma, mexeram no estrutura, pois da primeira vez que lá estive, chovia torrencialmente e molhava sim no centro do edifício, entrando água pela cúpula.
Seguindo
o fluxo, o lugar da vez foi a Piazza Navona.
Entre uma praça e outra, encontramos esses dois que, na maior cara de pau e bom humor, arrancam gargalhadas e dindin. Registrado.
Artistas, palhaços, músicos, fontes, igreja. Nossa embaixada, muita gente, tudo ali no mesmo lugar.
Há uma igreja na Piazza Navona que fica assim meio de lado. Todo mundo só quer fotografar a fonte que ali está, ainda mais depois de ser objeto do filme O Código Da Vinci. Eu mesma já havia estado ali pelo menos umas 3 vezes mas só agora entrei na igreja e levei o mais delicioso susto. Uma igreja belíssima. Claro, bem na entrada, todas as indicações de proibido fotografar. Mas quem lê isso? ou se lê, quem vai dar a mínima? embarquei na de "mariazinha sem braço" e com outros turistas, me fiz de desentendida e saquei algumas fotinhas. Fotografar às pressas tem seus riscos. Pelo menos salvei uma ou duas fotos. Ah, a igreja se chama Sant'Agnese in Agone.
Ao voltar à praça, encontrei Lakshmi sendo assistente de um palhaço de rua. Pelo menos esse palhaço havia atraído um grande público.
Em determinado momento, a Lakshmi lançou essas varetas com fogo e foi bem altura dos "possuídos" do artista. Ovação geral da plateia. hahahaha
Entre uma praça e outra, encontramos esses dois que, na maior cara de pau e bom humor, arrancam gargalhadas e dindin. Registrado.
Artistas, palhaços, músicos, fontes, igreja. Nossa embaixada, muita gente, tudo ali no mesmo lugar.
Há uma igreja na Piazza Navona que fica assim meio de lado. Todo mundo só quer fotografar a fonte que ali está, ainda mais depois de ser objeto do filme O Código Da Vinci. Eu mesma já havia estado ali pelo menos umas 3 vezes mas só agora entrei na igreja e levei o mais delicioso susto. Uma igreja belíssima. Claro, bem na entrada, todas as indicações de proibido fotografar. Mas quem lê isso? ou se lê, quem vai dar a mínima? embarquei na de "mariazinha sem braço" e com outros turistas, me fiz de desentendida e saquei algumas fotinhas. Fotografar às pressas tem seus riscos. Pelo menos salvei uma ou duas fotos. Ah, a igreja se chama Sant'Agnese in Agone.
Ao voltar à praça, encontrei Lakshmi sendo assistente de um palhaço de rua. Pelo menos esse palhaço havia atraído um grande público.
Em determinado momento, a Lakshmi lançou essas varetas com fogo e foi bem altura dos "possuídos" do artista. Ovação geral da plateia. hahahaha
Esse ai ficava concentrado em cima do pau, mas sempre dava uma olhadinha pra ver se alguém havia posto um eurinho na cumbuca. Só tem esperto.
Me engana, que eu gosto |
Não,
não paramos por ali. Continuamos até o Castelo Santo Ângelo, atravessamos o
Tibre pela ponte dos Anjos, "curibijamos" o castelo, que já havia fechado) e seguimos para a praça São
Pedro, só pra registrar a presença.
Já que estávamos ali mesmo, o melhor jeito de voltar pra casa era de metro. Mais uma esticadinha até a estação Otavianno já que eu me arrastava, patinava, de tanta dor nos pés. Olhando bem, foram 8 horas andando.
Sexta
feira – um pouco refeita de tantas emoções, tanta andação, cumprimos o roteiro
de todo turista – Coliseu, Palatino e Foro Romano.
A
fila no Coliseu até que não estava quilométrica, e nem demoramos muito para a
compra do ingresso. Só o calor de rachar mamona que atrapalhou um pouco a
visita aos lugares.
Entrar
no Coliseu sempre traz aquelas lembranças de filmes de leões devorando os
cristãos, bárbaros, gladiadores, Nero, pão e circo, a plebe insaciável e os
patrícios de narizes empinados. A gente sempre imagina o Coliseu com uma grande
arena no centro, mas vendo pessoalmente, nem é tão grande assim como se imagina
nas cena de corrida de bigas ou coisas do gênero.
O Coliseu,
também conhecido como Anfiteatro Flaviano ou Flávio (em latim: Amphitheatrum Flavium),
é um anfiteatro construído no período da Roma Antiga. Deve seu nome à expressão
latina Colosseum (ou Coliseus, no latim tardio), devido à estátua
colossal do imperador romano Nero, que ficava perto da edificação. Localizado
no centro de Roma, é uma excepção de entre os anfiteatros pelo seu volume e
relevo arquitetônico. Originalmente capaz de abrigar perto de 50 000
pessoas , e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos. Foi
construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser
construído.
O Coliseu de Roma foi construído entre 70 e 90
d.C. Iniciado por Vespasiano de 68 a 79 d.C., mais tarde foi inaugurado por Tito
por volta de 79 a 81 d.C., embora apenas tivesse sido finalizado poucos anos
depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente, poderia sustentar no seu
interior cerca de 50 000 espectadores , em três andares. Durante o reinado
de Alexandre Severo e Gordiano III, foi ampliado com um quarto andar, podendo
abrigar então cerca de 90 000 espectadores. Finalmente foi concluído por Domiciano,
filho de Vespasiano e irmão mais novo de Tito, por volta de 81 a 96 d.C..
A construção começou sob ordem de Vespasiano numa
área que se encontrava no fundo de um vale entre as colinas de Célio, Esquilino
e Palatino. O lugar fora devastado pelo Grande incêndio de Roma do ano 64,
durante a época de governo do imperador Nero, e mais tarde havia sido
reurbanizado para o prazer pessoal do imperador com a construção de um enorme lago
artificial, da Domus Aurea (em latim, "casa dourada"), situada
num complexo de uma villa, e de uma colossal estátua de si mesmo.
Vespasiano, fundador da dinastia Flaviana,
decidiu aumentar o moral e auto-estima dos cidadãos romanos e também cativá-los
com uma política de pão e circo, demolindo o palácio de Nero e construindo uma
arena permanente para espetáculos de gladiadores, execuções e outros
entretenimentos de massas. Vespasiano começou a sua própria remodelação do
lugar entre os anos 70 e 72, possivelmente financiada com os tesouros
conseguidos depois da vitória romana na Grande Revolta Judaica, no ano 70.
Drenou-se o lago e o lugar foi designado para o Coliseu. Reclamando a terra da
qual Nero se apropriou para o seu anfiteatro, Vespasiano conseguiu dois objetivos:
Por um lado realizava um gesto muito popular e por outro colocava um símbolo do
seu poder no coração da cidade. Mais tarde foram construídos uma escola de
gladiadores e outros edifícios de apoio dentro das antigas terras da Domus
Aurea, a maior parte da qual havia sido derrubada.
Vespasiano morreu mesmo antes de o Amphitheatrum
Flavium ser concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito
foi capaz de terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos
adjacentes (que são conhecidos como as Termas de Tito) apenas um ano depois da
morte de Vespasiano.
A grandeza deste monumento testemunha
verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos Flávios.
Saindo
do Coliseu deparamos com várias noivas japas (ou seriam chinas?), sendo
fotografas nas imediações, tendo o Coliseu como fundo. A noiva que estava no
nosso caminho, como sempre, não resisti. Fotografei-a e ainda me atrevi a tirar
uma foto próximo a ela. Mas a japa estava com uma cara de – fui comida e não gostei – que dava até
medo. Hahahaha Não tiro a razão dela. Um séquito de fotógrafos, damas e
damos, noivo, gente estranha olhando e
ela lá, furibunda, mostrando o seu desagrado emoldurado por um diadema com
strass em pleno meio dia, um calor do cão, ornada com pulseirinhas e anéis nos dedos como uma emo, sem nada a
ver com o estilo do vestido de noiva ou com a ocasião, com um buquê de rosas
artificiais... Enfim, só tinha motivo pra estar com a cara de pouca amiga. Eu ainda fui bem gentil –
pedi permissão pra tirar uma foto perto dela. Nem me respondeu, mas eu fiz
minha parte e nem me importei. Saí de perto antes que ela me mordesse. hahahaha
Seguimos
adiante e entramos para visitar o Palatino e depois o Foro Romano. Ruínas,
colunas, templos, igrejas em cima de templos romanos, vias, gente, turistas que
olham, fotografam e não conhecem nada da história do lugar. Mas cada pedacinho
tem uma história e uma estória para contar.
Caaaaaaaaaaaalma, muita calma nesta hora. É arte... antiga. Tá, que alguém ficou sem o bilau. |
Janos, ou o titio Saturno, o senhor do Tempo |
O que teria restado do Templo de Vesta |
Essa é conhecida - Os romanos, comandados por Tito, surrupiando tudo do Templo de Salomão, em Jerusalém. |
Arco do Tito |
Ah,
o que restou do Templo de Vesta. E aqui peço emprestada a explicação sobre o
templo que Vitor Manuel Adrião faz. Leiamos:
O Templo de Vesta e o Vaticano
Do Palatino ao Vaticano a distância é breve. Por
certo nenhuma distância cultual havia entre os dois lugares no tempo do império
romano. Ou seja, ambos os montes da cidade eram povoados por sacerdotes e
sacerdotisas consagrados ao culto solar ou apolíneo do deus Mitra e sobretudo
da deusa Vesta, que aí tinham os seus templos.
Por debaixo da basílica de S. Pedro de Latrão
subsistem restos de um mitreo ou templo mitraico subterrâneo, ainda com o altar
meio desconjuntado, e no Palatino, no Forum Romano, mantêm-se as ruínas do
templo circular de Vesta com a vizinha Casa das Vestais ou as consagradas a
essa deusa solar, jovens puras e virgens encarregues de manter aceso o fogo
sagrado no templo as quais, além da sua esmerada educação preparando-as para a
vida do lar, eram igualmente preparadas no desenvolvimento psicomental das
faculdades de previsão do futuro ou vaticínio. De maneira que à função de
vestais ou virgens aliavam, sobretudo as que abraçavam a vida religiosa para
toda a vida, o exercício de vates ou vaticinadoras.
Delas deriva o nome Vaticano, do latim Vaticanus,
derivado de vates, estes que aí viveram muito antes da Roma
pré-cristã, havendo inclusive um templo do deus etrusco Vagitanus que
era o padroeiro dos vaticinadores. De maneira que o Vaticanus é o
primitivo “lugar dos vaticínios”, e sobre o templo de Vagitanus ter-se-á
levantado o cristão de S. Pedro.
...
Segundo Dionísio de Halicarnasso, os romanos
acreditavam que o fogo sagrado de Vesta estava intimamente ligado ao destino da
cidade e viam no apagar dele um presságio mortal da extinção da cidade, e até
mesmo do império, o que aconteceu com a implantação da nova religião cristã,
possuída da simbologia mitraica masculina e da feminina de Vesta.
Para que em Roma o fogo perpétuo não se
extinguisse no Templo de Vesta (Aedes Vestae, em latim), possivelmente
mandado construir pelo imperador Pompilius Numa no século VII a. C., ele era
mantido por seis ou dez sacerdotisas da deusa, num sacrifício permanente
através do qual a inocência virginal servia de elemento substancial e até de
escudo contra os pecados, as falhas eternas da Humanidade. Obviamente que o
perímetro do templo era rigorosamente vedado aos homens, tanto de dia como de
noite. Essa tradição mantém-se nos mosteiros femininos cristãos.
Uma vez por ano, no primeiro dia de Março,
renovava-se o fogo sagrado: a sacerdotisa chefe do templo ou Virgem Máxima (Virgo
Vestalis Maxima) assessorava o Sumo Pontífice (Pontifex Maximus)
com ela apagando e ele acendendo novamente o fogo sagrado, por meio de dois
paus onde um penetrava o orifício doutro e friccionavam-se até gerar chama,
técnica chamada pramantha. O acto envolvia-se de grave cerimonial
expressando a Vesta como deusa geradora e sustentadora das mulheres e da
família. Ao mesmo tempo, por ser realizado nas proximidades do Equinócio da
Primavera, servia de preanuncia do ano novo astrológico, em 20/21 de Março,
quando a Natureza desponta pujante sob o signo do Carneiro animado pela
impetuosidade ígnea de Vesta, a deusa solar. O 1.º de Março das Vestais veio a
ter o seu equivalente no 1.º Domingo da Quaresma, período que abre o
preparatório da Páscoa, e que vai até Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em
Jerusalém montado num jumento, este que era o animal sagrado das vestais,
símbolo de sacrifício, humildade e paz.
Vejam mais informações no site - http://lusophia.wordpress.com/2011/12/
Só não visitamos a casa de Augusto porque ela
só abre aos sábados e domingos. Não sei se terei tesão de voltar ao Palatino,
apesar de o ingresso dar direito a visitar o sítio arqueológico por dois dias.
Pesquisa
sobre o Foro romano.
Ao
final, na saída, pelo outro lado, entrei no Cárcere Marmetino, ou Cárcere
Tulianno, recentemente - descoberto –
pela igreja católica e tido como sendo a prisão de Pedro e Paulo.
Abaixo
da igreja de São José, o carpinteiro, há
um labirinto, com uma cela à qual o acesso era um buraco cavado no teto. Uma vez introduzido ali, o prisioneiro só sairia para sua morte. Era ali
a prisão dos inimigos de Roma.
Contam
hoje que Pedro, mesmo na prisão, converteu guardas.
Ao
final de uma apresentação toda elaborada
com multimídia, a visita é encerrada numa capela com efeitos luminosos,
a Capela da Crucificação.
Lugarzinho opressivo |
Depois
de tantas emoções, tanto bater perna e com fome, o melhor a fazer era voltar
para o apartamento. Compramos comida no caminho e almoçamos como rainhas.
Mas,
sabe o bichinho da controvérsia? Fico sempre com um pé atrás. É inteiramente
sabido que quando a religião católica foi declarada a religião oficial do
império romano, todos os templos de Mithras foram derrubados, destruídos ou
transformados em igrejas católicas.
Uma
pesquisadinha no titio Google e encontrei a matéria sobre um templo de Mithras - encontrado – sob uma igreja católica : a basílica de São Clemente. Ah, mas não contei pipoca. Essa para mim seria a visita
mais importante em Roma. E
lá fui eu com minha escudeira. Apesar de haver lido várias indicações sobre sua
localização, terminei indo pelo modo mais difícil –eita mania de complicar.
Estava tão fácil, pois a igreja fica a 200 metros do Coliseu, pela Via...
Demoramos
um tiquinho para encontrar porque descemos na estação são João de Latrão, mas
quem tem boca vai a Roma e pergunta aonde é isso ou aquilo no melhor italiano
macarrones. (Embora o termo correto seja "quem tem boca, VAIA Roma. hahahaha). Depois de muitas perguntas chegamos lá sim. E para MINHA surpresa,
observei que muitas pessoas – hoje – visitam a igreja EXATAMENTE por causa do
templo de Mithras.
Depois
de pagar 5 euros de entrada, ler trocentos avisos de proibição de fotografar,
descemos as escadas e no subsolo há uma igreja do século IV. Mas o melhor
estava por vir – no andar mais abaixo da capela estava o templo de Mithras.
Desde a capela do século IV que fui acometida de uma transpiração intensa. Ao descer para o nível do templo, ficou ainda mais intensa à medida em que eu me aproximava da capela onde eram oficiados os ritos mitraicos.
Desde a capela do século IV que fui acometida de uma transpiração intensa. Ao descer para o nível do templo, ficou ainda mais intensa à medida em que eu me aproximava da capela onde eram oficiados os ritos mitraicos.
Ali
estava a capela, com uma estela com Mithras esculpido, dominando o touro. Os
bancos de pedra nas laterais e altar ao fundo. A garganta fechou em um nó
insuportável, os olhos viam tudo através de lágrimas e lá estava eu diante
da capela mitraica em uma viagem no
tempo e no espaço, vendo toda aquela rocha escavada para abrigar os ritos
antigos do SOL INVICTUS.
KHIRIE MITHRAS!
Percorri
todos os aposentos, capelas, corredores daquele local úmido, cheirando a mofo,
de paredes escavadas na rocha, silenciosas testemunhas de ritos em reverência
ao Sol.
Vamos
ver uma coisinha – Mithras nasceu à meia noite do dia 25 de dezembro, de uma
virgem. Tenha 12 seguidores, morreu e rescuscitou, tinha um ritual com pão e
vinho celebrado aos domingos... hummmm, acho que alguém copiou alguém...
Sabendo que os rituais mitraicos eram anteriores aos rituais católicos, resta
alguma dúvida quem foi copiado?
Ah,
se você for Roma e se interessar em visitar esse templo, uma dica – a basílica
abre às 9.00 horas e fecha às 12.30. Volta a reabrir às 14.30h
às 16:30h. Via Labicana, 95.
E
quanto à proibição de fotografar o local abaixo, bem, burlamos e consegui umas
fotinhas só pra marcar o território.
As
amigas no Brasil reforçaram a sugestão de visitarmos a Basílica de São João de
Latrão. Uma igreja imponente, muito bonita, imensa e, pasme, ela tem
ascendência sobre todas as outras igrejas católicas do mundo, até mesmo sobre a
Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Ai,
essa mania dos romanos de fecharem no meio do dia por alguma razão, isso me
mata. Por isso não conseguimos ver os chamados holy stepes, ou seja, a escada
que o Mestre Jesus subiu para ser
julgado. Dizem que esse escada foi recortada e trazida para Roma e está à
visitação em um prédio do outro lado da Basílica de São João de Latrão.
Não
tive paciência para esperar reabrir.
Só
de volta ao Brasil fico sabendo que no subsolo dessa igreja há um mithraeum!!!
Ah, nãaaaaaaaaaaaaao!!!
Trastevere
– ah, dessa vez fomos conhecer o famoso bairro do Trastevere. Ali sim, nada
mais italiano, mais romano que o Trastevere. Andamos pelas ruas cheias de
restaurantes típicos, muitos turistas, até roupas estendidas entre uma casa e outra, bem no meio da rua.
Descobrimos
que algumas noivas preferem fazer suas fotografias por ali, saindo do
convencional, andam os noivos pelas ruas, são saudados pelos turistas,
moradores, são fotografados, de forma bem natural. Chegam mesmo a trocarem
beijos, dançam nas ruas, para nossa alegria.
Aproveitamos
para provar um sorvete que foi um escândalo! Ao final, estava eu toda suja de
sorvete, sentada na escadaria de uma igreja e depois lavando as mãos na fonte
da pracinha mais próxima. Nada mais romano.
Deixando
o Trastevere, ainda havia um item a ser visitado – La boca de La veritá.
Pelo
caminhos encontramos um cortejo nupcial. Uma noiva linda e risonha numa
Mercedes branquinha, acenou para nós quando viu que a estávamos fotografando.
O charme da daminha... mas, que raios de óculos são esses? Coisa de romanos. |
Era brilho pra mais de quilo, plena 4 horas da tarde. E daí? Tudo é permitido em Roma. |
Explicado: casamento |
Bom,
a boca da verdade hoje fica em uma
igreja malkita. Os romanos levavam suas esposas até à boca da verdade onde elas
eram forçadas a colocar a mão na boca e declarar que eram fiéis aos maridos.
Acreditavam que se a esposa mentisse, teria a mão decepada. Ufa! Ainda bem que
não tenho marido, (livrai-me desse mal necessário, ó, Dio!) e tudo isso era mito.
Interessante
como havia uma fila imensa de turistas para enfiarmos uma mão na boca da
verdade. Pelo menos não aconteceu nada com minha mão, apesar da cara feia da
boca da verdade.
Santa Maria in Cosmedin é uma igreja de Roma. O que era o Forum Boarium, um dos mais velhos mercados de Roma, hoje é a Piazza della Bocca della Veritá.
No século VI esta igreja de Santa Maria in Cosmedin foi fundada sobre as ruínas de um antigo edifício. No século VIII, quando a igreja oriental proibiu pintar a Virgem, Cristo ou os santos, movimento conhecido como iconoclasma - o papa Adriano I entregou esta igreja aos gregos que haviam fugido do Império Romano do Oriente.
A
leste do vestíbulo, a famosa Bocca della Veritá, a Boca da Verdade,
máscara de Tritão com a boca aberta, feita em mármore, a quem a lenda medieval
atribui o poder de morder os dedos da mão de um mentiroso que ousasse inseri-la
na abertura.
Conta-se que um juiz, não querendo assumir a responsabilidade das
condenações, obrigava os acusados a colocarem a mão dentro da boca da
verdade diante de um público, e se achava o acusado culpado, fazia um
sinal ao algoz, que atrás da boca da verdade, decepava a mão do
criminoso com uma espada afiada.
Aproveitam,os
para comprar a passagem de trem para Civitavecchia, onde apanharemos o navio para o cruzeiro na
próxima segunda feira.
À
noite saímos para percorrer o templo de Adriano, a Fontana de Trevi, Pantheon e
Piazza Navona para fotos noturnas.
Nosso
último dia em Roma ficou por conta do Vaticano. Saímos cedo e tomamos um metro
saindo pelo ladrão de tantos turistas. Todos com um só destino – A Praça de São
Pedro.
Mas
fomos surpreendidas com uma notícia – o Chiquinho não estava no Vaticano!
Frustrante. Foi, literalmente - ir a
Roma e não ver o Papa. Mas como, se o homem não para em casa? Então, vamos vaiar
Roma! UUUUUUUUU
Depois
de enfrentar uma fila quilométrica e passar pela segurança, entramos na
Basílica de São Pedro. Eu estava tão ansiosa para fotografar a Pietá que estava
assim meio vazia, que não vi o raio de um pé
grande de um móvel que nem me
lembro o que era. Só sei que tropecei nessa maledita trave e cai de frente, com
os dois joelhos suportando todo meu peso. PUTA COMO DOEU! Num segundo surgiram
vários seguranças do Vaticano que me cercaram perguntando se eu havia me
machucado, se precisava de médico, cheios de cuidados.
Putz,
só a dor nos joelhos, mas não me feri, nem precisava de médico. Ajudaram-me a
levantar, andei mancando um tiquinho, mas só o templo pra minorar a dor.
Nãaaaaaaaaaaaaaao!
Nem ousem dizer que fui castigada! Não
acredito em um D
–EU –s que castiga. Isso seria sentimentos menores dos seres humanos. D-EU-s
tem mais o que fazer do que colocar uma trave no meu caminho pra me fazer cair.
Mesmo
porque minha opinião sobre as barbaridades causadas pela ICAR continua firme.
Claro
que toda imponência da basílica não me surpreende mais, mas eu queria que
Lakshmi tivesse sua própria visão, seus próprios sentimentos.
Um calor "dozinferno" e o frei rezando - seria penitência? |
A opulência da Basílica de São Pedro |
O raio incidiu sobre Lakshmi |
Pietá de Michelângelo |
Depois
de visitar o Vaticano, demos uma passadinha no Castelo de Santo Ângelo, mas
Lakshmi não quis visitá-lo, ao saber que era uma prisão.
Precisávamos
de umas fotinhas na Praça Veneza. Bom, nem preciso dizer que é impossível dar
um passo em Roma sem tropeçar em dúzias de turistas. Haja pacência para se
conseguir uma foto sozinha nos locais mais disputados.
Modelo de vestido de noiva na Praça Veneza e eu de penetra - fotografando |
Essa Athena (Minerva), está mais para uma deusa asteca. |
A Piazza
Venezia, no sopé do monte Capitolino, é considerada o centro do tráfego
citadino. Ao lado da praça retangular ergue-se o imponente Vittoriano,
o Monumento Nacional a Vítor Emanuel II, também chamado Monumento ao Soldado
Desconhecido, no seu interior alberga um museu da história militar e bélica da
Itália, é jocosamente referido pelos romanos como a Máquina de escrever,
pela sua forma, ou "Bolo de Noiva" e "Elefante Branco",
devido à sua cor: um branco imaculado que contrasta com o branco
"sujo" das ruínas romanas.
O lado
ocidental da praça é ocupado pela fachada renascientista do Palácio Veneza que
foi, por um breve período, palácio papal e, entre 1564 e 1797, sede da
representação da Repubblica Serenissima, cognome atribuído pelos Estados
Pontifícios. A fachada deste edifício pertence à memória dos habitantes, já que
era nas suas varandas que Benito Mussolini fazia os seus discursos, nos anos do
fascismo. Atualmente é um museu. (Wikipedia).
Apanhamos
um ônibus para o Termini e faltando apenas uma parada a mais para o Termini,
uma garota italiana deu por falta de sua carteira com seus documentos. Um
passageiro fez sinal pra ela identificando o ladrão que acabara de descer do
ônibus. A brava senhorita desceu no ônibus e não sei como enfrentou o ladrão e
conseguiu sua carteira de volta. Isso me lembrou que dois dias antes uma ladra
tentou se aproximar de mim no metro, empurrando-me. Dei-lhe uma cotovelada e
gritei com ela. Imediatamente se afastou para o outro lado do vagão e desceu na
parada seguinte, confirmando minha suspeita de que era uma ladra, pois entrou
no metro em um estação e desceu na outra, ou seja, estava caçando.
Aproveitamos
para almoçar em um restaurante indiano. Lakshmi insistiu que queria conhecer
comida indiana. Gente, nem na Índia eu comi um garlic paan tão delicioso!
Para
finalizar nossa estadia em Roma, visitamos a igreja de Santa Maria Maggiore.
Nossa, quantas vezes já vim aqui e nunca havia entrado nessa igreja. Realmente
é muito bela.
Só
que, sabem o que havia no lugar dessa igreja antes da ICAR? Ó...
“Antes de haver igreja cristã aqui
havia um templo romano consagrado à deusa Cibele, considerada “Mãe dos Deuses”
ou Deusa-Mãe expressando a fertilidade da Natureza. Presidia aos ciclos da vida
e da morte de todos os seres (minerais, vegetais, animais e homens) sendo
igualmente a sua protectora, sobretudo do Reino Animal, motivo para os gregos
apodarem-na de Potnia Theron, “Senhora dos animais”, sendo
frequentemente representada com uma coroa de muralhas na cabeça, ramos de
frutos nas mãos e um leão aos pés, indicativo da sua soberania como Mãe do
Mundo ou Rhea, como os greco-romanos a consideravam.
Os predicados da deusa Cibele
seriam transferidos para a Virgem Maria, inclusive iconograficamente, como se
vê numa escultura no exterior da basílica onde a Virgem aparece enlaçando o
lado do Cordeiro Pascal, substituo óbvio do leão de Cibele. Ainda existindo em
pé no ano 420 sob a vigência do papa Celestino I, o templo cibelenino seria
derrubado durante o pontificado do sucessor daquele, Sisto III (432-440), sendo
aproveitados os seus materiais para ampliar a basílica cristã sobre ele. A sua
fundação remonta ao pontificado do papa Libério I (352-366), quando transformou
em igreja o que era o palácio Sicinini (Ecclesia Sicinini) próximo do
templo do Cibele, e daí chamar-se também Basílica de Santa Maria da Libéria
ou Liberiana, desde logo posta sob a advocação da Virgem Divina...”
http://lusophia.wordpress.com/2011/12/
Agora,
acomodar tudo na mala foi uma novela. Inexplicavelmente, tornou-se muito, muito
pesada e eu não comprei naaaada.
O
mandamento de então foi descansar.
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