quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O ESCÂNDALO NO TREM




Ninguém merece. Juro que ninguém merece. Cansei de avisar para tia Kim que a Índia não seria nenhum paraíso. Mesmo assim ela quis vir.

Tomamos o trem em Gaya, não Bodhgaya, mas em Gaya, a 20 km, às 22.54 horas, e é claro que o trem balança. Estamos em cabines com leitos. 

Ai começaram mais problemas. Tia reclamando sem parar. A noite toda. Como já conheço o drama, fiz ouvido de mercador, virei para o outro lado e dormi. Ou fingi que dormi.

Tia ali do outro lado, agarrada com um terço. Mas ela não rezava, só reclamava e silvava igual aquelas chaleiras que apitam quando a água ferve.

Um homem tentou entrar em nossa cabine – há mais dois leitos e seria natural se eles tivessem sido vendidos.

Tia, aos gritos, fez o homem sair correndo. Tadinho. rsrsrsrs 

Lá pelas tantas ela gritou  - ai, meu Deus

– pulei da cama.
O que foi, tia? Nossa, pensei que ela estivesse passando mal. Que nada. Era só piti. 

- Ah, eu não nasci pra andar de trem. Só de avião.

Ah, não, soltei as cobras. 

O que? A senhora se acha superior a todo mundo que está neste trem? Acha-se tão superior que não pode andar de trem? Acha-se tão superior que não pode se misturar? Ah, tenha paciência. Estávamos no fim do mundo. Só sairíamos de lá de trem e trem balança. Quer descer do trem? É só puxar aquela trava vermelha. Desça que eu continuo até Delhi. A gente se encontra lá, no hotel. Só ligar que mando o Amit apanhá-la no aeroporto.

Claro que tia mudou de estratégica.

  Este trem balança tanto que meu coração está saindo.

Foi a justificativa dela.

Kkkkkkkkkkkk. É muito drama!

Para ela só existem dois países bons que merecem ela viver lá. Brasil e Israel, porque tem muitas igrejas. Ai, acabei por cometer a heresia de prometer que a levarei a Israel.

Bom, já faz mesmo 25 anos que estive lá. Quem sabe esteja na hora de fazer uma inspeção.

Como ela se divertiu indo ao wash room. Ela pergunta por toilet e ninguém sabe o que é. Ensino pra ela que é  - uósxirum. Voltou morrendo de rir porque é estilo indiano. Um buraco onde você tem que ser bom de mira. Com isso ela voltou toda molhada. hehehehehe

7 horas da manhã. Tia foi vencida pelo cansaço. Está ali dormindo, roncando. Hahahahahaha

Ela vai me amaldiçoar pelo resto da vida, mas tenho muitas estórias para contar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

BODHGAYA


 24 de outubro – segunda feira  - até havia esquecido do calendário.

Às 8 da manha saímos do hotel em Varanasi em direção a Bodhgaya. 5 horas de viagem. Nosso motorista agora se chama Jony e é mulçumano. Novinho e super responsável. Ele que trabalha para sustentar a família. Tento puxar conversa, mas ele é muito discreto e caladão.
Jony

Tá, vocês vão me perguntar o que vim fazer aqui, se olharem no mapa onde está Bodhgaya. Tia Kim também já perguntou e eu me perguntei.
Não sei. Apenas vim. Quando estava escolhendo aonde ir, dei uma espiada em muitos sites sobre a Índia, lugares sagrados... Como sempre incluo lugares sagrados nas minhas viagens, por que não vir aonde Sidharta Gautama se iluminou? Como milagres acontecem na Índia... Olhei no mapa e vi tão perto de Khajuraho, Varanasi... Também achei que de lá fosse possível ir direto para Khatmandu, de avião. Ledo engano. Foi isso.

 Bodh Gaya ou Bodhgaya está localizada a 96 km de Patna no estado de Bihar na Índia. Historicamente era conhecida como Bodhimanda e havia um grande povoado monástico aqui. O principal monastério de Bodhgaya era chamado Bodhimanda-vihara. Para os budistas, Bodh Gaya é o mais importante local para peregrinação relacionado a Gautama Buddha, os outros 3 sendo Kushinagar, Lumbini e Sarnath. Em 2002 o complexo do Templo Mahabodhi de Bodh Gaya se tornou um patrimônio da humanidade da UNESCO.
De acordo com a tradição budista, cerca de 500 a.C. o príncipe Siddhartha Gautama, chegou à margem silvestre do rio Falgu, próximo da cidade de Gaya. Ali ele sentou em meditação debaixo de uma Árvore Bodhi (Ficus religiosa). Depois de quarenta e nove dias e quarenta e nove noites em meditação, Siddhartha atingiu a iluminação e percebeu as questões que havia procurado. Após as sete semanas, ele viajou para Sarnarth, aonde ele começou a disseminar o Budismo.
Os discípulos de Siddhartha Gautama começaram a visitar os locais aonde ele alcançou a iluminação durante a lua cheia do mês de Vaisakh (abril-maio), pelo calendário hindu. Através do tempo o local ficou conhecido como Bodh Gaya, o dia da iluminação como Buddha Purnima e a arvore como Árvore Boddhi.
A historia de Bogh Gaya é documentada por varias inscrições e a descrição de peregrinos. Dentre essas descrições principalmente estão as dos peregrinos chineses Faxian no século V e Xuanzang no século VII. A área foi o coração da civilização budista por séculos, até que foi conquistada pelo exercito turco no século XIII. Wikipedia

No meio do caminho nosso motorista fez uma parada técnica no que ele disse ser o melhor lugar. Caramba! Era o maior criatório de moscas, fedor, sujeira... e as pessoas comendo lá, sentadas calmamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo! Inclusive muitos monges.

Finalmente entramos no Estado de Bihar, famoso pelos sequestros que são feitos aqui.

Aliás, registre-se que, na Índia não importa como você viaja. Importante é viajar. 





 Entrar em Bodhgaya é um tapa no pé da orelha. Apesar de muitos peregrinos budistas, a cidade é muuuito suja. Pessoas muito sujas. Muitos mendigos.

 O hotel não ajudou muito. Particularmente fico incomodada porque sei que irei ouvir trocentas horas de reclamações da tia Kim. 

Logo de cara, ao entrar para subir as escadas de acesso ao quarto, um fedor de cocô mesmo! Insuportável!

 A comidinha até que deu para enganar, mas o tanto de moscas do lugar em geral,  e por certo, as muriçocas farão festa à noite, com sangue novo. É, o ar condicionado só faz barulho.

Esperamos o sol descer um tiquinho e já saímos para uma voltinha. Voltinha nada.  Fiquei logo no templo principal. Explorei-o sozinha. Jony levou Kim a uma igreja católica.

Realmente o Templo Principal é magnífico. Por fora. Os jardins bem que poderiam ser mais bem cuidados. O lago com peixes e uma estátua de Buda tendo a naja como sombrinha, precisa de limpeza urgente. Tão urgente que tem peixe morrendo. Vi peixe grande morto, boiando. Claro que só pode ser falta de oxigenação. Escrafunchei tudo. 


Templo Mahabodhi






Templo Mahabodhi




Pilar de Ashoka








Deixem eu explicar essa estória da sombrinha naja. Há uma lagoa, acho que seja artificial, com uma estátua de Buda no meio, na qual ele é protegido da chuva por uma naja, a rainha das serpentes. Claro que tudo isso é simbólico. Sabemos que um ser iluminado tem sua Kundalini ou serpente ígnea despertada. Ela, a energia kundalínica, sobe pela coluna vertebral e se abre na altura do cerebelo, no formato uma concha. Na verdade, toma a forma do crânio/cérebro em forma de luz. Daí a representação da naja protegendo Buda.

UM DESPACHO AURICULAR COM BUDA 

Uma conversinha de pé de orelha com ele pra contar umas fofocas. Não, não são fofocas porque eu vi tudim com esses olhinhos que a terra há de comer ( se eu não decidir ser cremada).


 Ai, ai, Buda, já não se faz mais seguidores como antigamente. Vim aqui ver o que há de especial que deixou você em estado de graça – também pudera – você passou seis meses meditando para, finalmente, alcançar a sua iluminação e ficar com aquele sorriso de gato que comeu o canário e está com as penas de fora.
Sabe o que encontrei?
Um monte de monges com seus mantos açafrão ou amarelos, ou ainda marrons, por todos os lados. Sentados na grama. Sob as árvores. Sobre esteiras. Alguns em meditação. Outros bem distraídos. Outros fingindo que meditavam, mas prestavam atenção a tudo que se passava ao redor. Monges lendo. Outros mais olhando-me tirar fotos... 
Até seus devotos fingiam que rezavam. Eu passava e eles paravam pra me olhar. Cadê a mente vazia?

Concentrado?

Esse ai olhva para todos os lados

 Confesso que me emocionei diante da descendente da árvore que lhe deu sombra. Aquela sob a qual você se iluminou. 

Um guardinha permitiu que eu tirasse fotos no local, mas fez sinal de dindin.
Ta vendo, Sidharta, os vendilhões do templo no seu templo também. E nem precisava ele me dar permissão. Pode-se tirar fotos à vontade. Ninguém lhe interrompe, ninguém proíbe. Você vai aonde quiser e ninguém pergunta nada. Beleza!

Melhor ainda. Pode-se tirar fotos dentro do templo. Onde há um Buda pintado a ouro. É uma capela, na verdade.

É, meu caro. Nem sei  o que vim fazer aqui. Talvez nunca descubra. Mas vim. Fiz minha parte. 

Templo Mahabodhi



Interior do Templo Mahabodhi



Sagrada Árvore Bodhi

Sagrada Árvore Bodhi


Vajrasana

Vajrasana
Vajrasana



Sagrada Árvore Bodhi

Sagrada Árvore Bodhi




O TEMPLO
O complexo contém o Templo Mahabodhi com o Trono de Diamante (chamado Vajrasana) e a sagrada Árvore Bodhi. Essa árvore foi originalmente uma muda da árvore Sri Maha Bodhi em Sri Lanka, que cresceu de uma muda da original Árvore Bodhi.
Acredita-se que 250 anos depois da iluminação de Buddha o imperador Asoka visitou Bodh Gaya. Ele é considerado como o fundador do templo original Mahabodhi. Consistia em uma pirâmide alongada coroada por uma miniatura de uma stupa e um Chhaatravali na plataforma. As formas da pirâmide contém imagens de Buda em nichos. Alguns historiadores acreditam que o templo foi construído ou renovado no primeiro século durante o período Kushan. Com o declínio do budismo na Índia o templo foi abandonado e esquecido, enterrado embaixo de camadas de solo e areia.

O templo foi mais tarde restaurado por Sir Alexander Cunningham como parte de seu trabalho pela British Archaeological Society no século XIX. Em 1883 Cunningham, junto com J.D.Beglar e Dr. Rajendralal Miitra, cuidadosamente escavaram o local. Trabalhos de renovação extensiva foram feitos para restaurar Bodh Gaya à sua glória passada. Wikipedia

O lugar da árvore Bodhi em Bodhgaya forma o umbigo da terra,  e nenhum outro lugar pode suportar o peso de realização do Buda
A mitologia budista também afirma que quando o mundo é destruído no final de um kalpa, o Bodhimanda é o último ponto a desaparecer e é o primeiro a aparecer quando o mundo emerge para a existência de novo. O mito também afirma que uma flor de lótus irá florescer lá, e se um Buda nasce durante que o novo kalpa, as flores de lótus, de acordo com o número de Budas que se espera obter.  Segundo a lenda, no caso de Gautama Buddha, uma árvore Bodhi surgiu no dia em que ele nasceu.
* A definição de um kalpa equivale a 4320 milhões anos é encontrado no Puranas (especificamente Vishnu Purana e Bhagavata Purana ).
Após a iluminação,  Buda, então, passou a suceder sete semanas em sete pontos diferentes na vizinhança meditando e considerando a sua experiência. Vários lugares específicos no Templo Mahabodhi atuais se relacionam com as tradições em torno destas sete semanas:
A primeira semana foi gasta sob a árvore Bodhi.
Durante a segunda semana, o Buda permaneceu de pé e olhou, sem interrupções, a árvore Bodhi. Este local é marcada pela Stupa Animeshlocha, isto é, sem piscar a stupa ou templo, que está localizado no nordeste do complexo do Templo Mahabodhi. Lá está uma estátua de Buda com os olhos fixos em direção a árvore Bodhi.
O Buda diz-se que andou para trás e para frente entre a localização do Stupa Animeshlocha ea árvore Bodhi. Segundo a lenda, flores de lótus surgiram ao longo deste percurso, é agora chamado Ratnachakarma ou a caminhada jóia. 

Ratnachakarma ou a caminhada jóia.




Ratnachakarma ou a caminhada jóia.







O imperador Asoka visitou Bodhgaya, com a intenção de estabelecer um mosteiro e santuário. Como parte do templo, ele construiu o trono de diamantes (o chamado Vajrasana), tentando marcar o ponto exato da iluminação de Buda. Asoka é considerado o fundador do Templo Mahabodhi. O templo atual data do século V.













http://www.youtube.com/watch?v=2xV8xgWlZy0&feature=related

Tirei umas fotos e corri, pois já estava ali há uma hora e tia Kim já deveria estar furibunda por esperar tanto. Ai, que coisa chata ficar controlando tempo. Não há nada pra se fazer aqui. Só visitar templos.

Saindo do templo, um alegre grupo vinha na minha direção fazendo a maior festa, com uma bandinha , cujos integrantes vestiam roupas típica. Um homem de branco conduzia acho que uma bandeja e dois outros o ladeavam. Sobre o do meio, deveria ser o mais importante, alguém atrás segurava um guarda-sol. Atrás, vinha uma procissão de pessoas todas vestidas de branco. Muita gente. 






Bom, os devotos budistas aqui nos templos se vestem de branco.

Segundo dia em Bodhgaya – após o café, saímos para eu fotografar com outra luz o templo principal. Praticamente os mesmos ângulos. Refiz algumas e como havia esquecido de fotografar a casa das lâmpadas de manteiga (lamparinas) e as rodas de orações, corri pra lá.
Oba. Menos pessoas se oferecendo como guia. Mais pedintes.

A Índia é assim. Chega a um ponto em que você se anestesia. Olha, mas não vê. Até coloca óculos escuros para que não vejam para onde você está olhando. Chega ao ponto em que toda miséria ao seu redor faz parte do contexto. Não é que você deixe de ter compaixão. Você apenas se sente impotente. Se tentar abrir a bolsa, mil mais mil, mais mil correrão pra você com as mãos estendidas. Você terá que vender sua passagem e voltar a pé até a margem do oceano e de lá ir nadando. Ou seja, impossível resolver. Então, fecha-se o coração e segue em frente. Karma ou Dharma?

Pela manhã há mais monges no templo. Todos nas orações matinais. Diante da figueira havia uma cerimônia. Alguém muito importante estava lá. Azáfama. Gente correndo com sacos e mais sacos contendo vários sacos dourados. Preparações. Cadeiras douradas e destacava-se uma cabeça branca no meio das cadeiras importantes, cercadas de fotógrafos. Não pude me aproximar para fotografar ou ver o que estava acontecendo. Havia um mar de monges e devotos, todos sentados na posição de lótus.




Fotografei o que pude, como pude, na posição onde estava.
Engraçado observar que muitos monges não participam de nada. ESTÃO distraídos. Ao celular. Tirando fotos. Flagrei-os assim para contar fofoca ao Sid- harta Gautama. SID para os íntimos, como eu. Para que ele veja o que os monges dele estão fazendo. Hehehehe.

Agora sim, encontrei o caminho que leva à fila de rodas de orações.

Lá longe, do outro lado do mundo, meu filho aniversaria. Hora de pedir por todos nós. Pela humanidade, sempre perdida.

 Na saída do templo, um grupo alegre e colorido de monges tirava fotos. Ao final me meti entre eles para uma foto.


Mas o pessoal daqui é muito alegre. Lá vem outro grupo tocando, batendo tambores e cantando. Preparei para fotografar. Clic. Epa! Não é que é um cortejo fúnebre??!!  Essa festa toda é um enterro!!! Só entendi quando passou por mim um arremedo de maca com um corpo todo enrolado em panos vermelhos. Então aquele grupo que vimos ontem no final da tarde também era. E eu achando que era algum festival! Bom, eles estão certos. Afinal, devemos fazer uma festa para a vida e outra para esse novo nascimento, que é a morte! ( A turma da FRA vai entender essa).

Ora, ora. O representante do Gaurav nos informa que há um guia à nossa disposição. Dispenso. Já vi o templo principal. Os demais são menores e ninguém fica enchendo o saco. Além do que, eu faço o meu tempo em cada templo. Detesto fotografar com alguém me chamando.

Fomos a outros templos menos importantes. O templo japonês. Outro lá também no estilo japonês, ou seria tailandês? Acho que está mais para tailandês, com as calhas terminando em pontas arrebitadas. É bem bonito por dentro, bem colorido.







Claro que a Kim não entra em nenhum. Aliás, ela está com a macaca. Fica o tempo todo resmungando. Mas achei uma forma de calar a tia mal humorada. Já começou no café. Uma hóspede que tomava café em uma mesa vizinha estava olhando demais. Levei um susto quando vi a tia perguntar – está olhando o que? – hã?
Era Kim implicando com a japa. Hahahaha. 

Depois, puta porque eu entrava e saia de templo em templo, ficou resmungando, dizendo que se sentia presa. Esquentei a cebola e soltei essa – Quer voltar pro Brasil? Amanhã mesmo, em Delhi, dou um jeito de colocar a senhora dentro de um avião. Vai a Dubai e de lá pra África do Sul, depois São Paulo. 

Seu menino, foi a melhor coisa. Kim ficou caaaaladinha. Parece criança dando birra. Hehehe. 

Finalmente encontramos uma igreja. Na verdade encontramos um colégio católico, de freiras. E a surpresa da Kim em ver as freiras todas de saree. Claro que discretíssimos e se via logo que era um hábito. Até explicar pra dona Kim que aqui o padre só aparece no domingo e, portanto as igrejas ficam fechadas... mesmo assim falei com a madre e ela mandou abrir a capela pra dona Kim rezar. Ufa, pelo menos passou mais a TPM de 80 anos da Kim. Depois fiquei sabendo que vieram dois padres indianos conversar com a Kim. Não sei como, pois ela não fala inglês e muito menos entenderia híndi. Enfim...
Agora é fazer hora no hotel até a noite. Nosso trem para Delhi sai as 22.54 h. Horrível não ter o que fazer. Mais uma coisa para reclamar ao Gaurav. Faltou planejamento.

Dei uma corridinha básica ao Templo que está com a cúpula iluminada. Muita gente por lá. O Templo fica aberto até as 21 horas.




Hora também de ligar em casa para dar um beijo no meu filho que aniversaria. 25 de outubro. 19 aninhos.

Para não dizer que não falei de flores, ops, de ratos, quando estava saindo do hotel, no primeiro andar, um gordo rato passou na minha frente.  Estava fazendo um walk about!

E na estação de trem em Gaya, a 20 km, dezenas de pessoas dormem no chão, na entrada, espalhadas por toda estação. O guia nos informa que são pessoas que não tem família, ou que foram deixadas ali e não tem aonde ir.
Estação de trem em Gaya




 Um homem se acocorou na beirada da plataforma. Olhava atentamente para os trilhos, arrumando a pontaria no mijo. Isso mesmo. Ali, na maior, mijando nos trilhos.
 O mijão dos trilhos

 Com isso encerraremos o capítulo Bodhgaya, entendendo porque Sidharta se iluminou aqui – ficou 6 meses em meditação porque não tinha nada mesmo pra fazer.