XIAN
O bom de ler muitas dicas
de blogueiros é que você não fica tão perdida e nem paga muitos micos.
Foi
assim que ao chegar ao aeroporto de Xian, já comprei passagens para irmos ao
centro de Xian no ônibus do aeroporto que nos deixaria fora da muralha, em um
hotel, onde seria mais fácil apanhar um táxi.
Ledo engano. De cara, quase caímos
num golpe. O suposto motorista do táxi nos cobrou 50 Yuans para nos levar ao
hotel. Bati o pé e ofereci 30, mesmo assim bem acima do preço, mas estávamos
cansados. Quando os demais motoristas caíram na gargalhada, isso acendeu nossas
luzinhas.
O tal motorista iria nos
levar em um carro particular, dizendo que era Uber. O CARAMBA!!! Não há Uber na
China.
Tomamos a mala da mão dele e pedi ajuda à atendente dos ônibus do
aeroporto que, pra variar, não falava inglês.
A muito custo, um garoto
que estava na fila para comprar passagem nos ajudou e nos levou para fora do
ambiente dos taxistas. Chamou um táxi, negociou, ficando o preço em 15 yauns
até nosso hotel. Paguei 20 alegre, feliz e satisfeita. Que nosso anjo china
tenha feito boa viagem.
Nosso apart hotel é uma
gracinha. Muito arrumadinho e funcional.
Fome. Muita fome. Aí veio
a parte mais difícil do dia. Tentar se comunicar com o garçom que não fala
inglês, mas, SMART BOY, ele tem um aplicativo que traduz (muito mal) o que quer
me dizer e vice versa. Ao final, conseguimos comer um tipo de sandubão com
carne de carneiro e uns espetinhos de asas de frango apimentadas. Importante
era estar com a barriguinha cheia.
Sabe aquelas doideiras que
a gente tem? Uma das minhas é ler ou assistir algo que me interessa e logo
quero visitar o local, “ver de perto pra contar de certo”.
Vir a Xian teve por
gatilho o drama chinês A MULHER DO REI, estrelado pelo gatíssimo, gostosíssimo
e lindíssimo Zhang Bin Bin e a Dilraba, lindérrima! O rei em questão é o que
unifica os reinos da China e se proclama Imperador, tio Qin, dando início à
dinastia Qin, isso lá nos idos de 221 a.C.
Ora, tio Qin tinha a fama
de “bad boy”. Era muito impiedoso, “malvado.com”. Mas, mas gente, imperador
banana era imperador morto! Logo ele que foi alvo de várias tentativas de
assassinato, Como não ficar paranóico?
Só sei que o tio, quando mais
velho, decidiu procurar o elixir da longa vida e se dedicou à alquimia. Claro
que o tio se envolveu em outros assuntos esotéricos e pelo que vi hoje, tenho
absoluta certeza que ele foi mais além.
Meu primeiro compromisso
em Xian foi exatamente visitar o famoso sítio arqueológico dos guerreiros de
terracota, ou seja, o exército em terrecota, em tamanho normal, que seria a
guarda do imperador quando ele morresse.
Já no apart-hotel que
aluguei, CITADINES, a 100 metros do DRUM, pesquisei como chegar aos guerreiros,
cujo sítio arqueológico fica a 100 quilômetros do centro de Xian. Os preços
foram os mais absurdos. Turista bobo merece mesmo ser enganado, mas a turma
aqui exagera.
A empresa de turismo
instalada no hotel me ofereceu um carro com motorista, que me levaria ao sítio
arqueológico pela bagatela de 500 yuans (cerca de 250 reais). Ô loco! Segunda
opção – ir com um grupo pagando 360 yuans por pessoa, com direito a guia,
transporte e um lanchinho safado. Ainda está caro, né?
Acontece que, logo na chegada, o recepcionista
me passou uma tirinha com as informações preciosas que eu precisava. Número do
ônibus que me levaria à estação de trem,
o 611, ao preço de 2 yuans por pessoa e o outro ônibus, o 306, a 7 yuans, que
levaria à entrada do sítio arqueológico. Tiro e queda!
Adôoooooooooooro uma
aventura! Ainda mais por esse preço!
Chegando à estação de trem, nem levamos muito
tempo para achar o bendito 306, e estranhamos uma enorme fila sob o sol de
quase 10 horas da manhã e aquela senhorita praticamente nos empurrou para
dentro de um ônibus com aparência bem desgastada, mas era o 306, enquanto havia
outros ônibus mais novos. Ainda tentei mudar de ônibus, mas o Carlos me convenceu
a ficar.
Nisso, uma senhorita
estrangeira, com uma flor de tecido no cabelo encaracolado, veio sentar ao meu
lado, nos últimos bancos, fato que me lembrou uma aventura que tivemos no
México, indo para a pirâmide do Sol.
De repente... MENTIRA! Ela
estava falando português, gravando um vídeo! Claro, me meti na conversa dela. E
no segundo seguinte, ela simplesmente grita de alegria, emocionada por nos
encontrar. Em poder se expressar em português e ser entendida. Apresentações
feitas, e já estávamos no maior papo com a baianinha arretada, Joana, viajando
sozinha pela Ásia há um ano e meio. Tanta coisa pra contar.
Resumindo, nem vimos
passarem os 100 quilômetros até o sítio arqueológico dos guerreiros de
terracota. Ao descermos do ônibus, logo em seguida, mais um encontro
inesperado.
Uma brasileira também em viagem solo, (Fernanda, de São Paulo,
comissária da Latam, em férias), nos abordou e foi uma saraivada de gritos. Tão
barulhentas!!! Hahahahaha. Pronto. Naquele momento formamos o grupo dos "Brasileiros achados na China"! Hahahahaha
Geeeeeeente... o tio Qin
era PHOOODA!!! Tudo muito grande, tudo muito organizado e pagamos 150 yuans
pelo ingresso. Percorrer todo complexo levou cerca de 5 horas. Claro, entre
muitas fotos, muitas conversas, trocas de informações sobre as nossas viagens,
exclamações e boquiabertísimos diante daquele exército silencioso.
VAMOS PARAR DE LERO-LERO E
MOSTRAR AS FOTOS QUE, POR SI SÓ, SÃO AUTOEXPLICATIVAS.
Confesso minha grande dificuldade em escolher as fotos para postar.
Em seguida postarei algumas mostrando detalhes que achei interessantes.
Juro que esse cavalo da esquerda está "sorrindo". Prestenção! |
Em algumas trincheiras, soldados ficam virados para a parede. |
Ah, sim, tio Qin não era
nem um tiquinho bobo. Seu exército todo imantado com energia vital. Algumas
estátuas têm semblante de pessoa sorrindo. Localizei até um cavalo “sorrindo”.
Séeeeeerio!
Claro, como um raio,
entendi que a técnica era a mesma utilizada pelos faraós egípcios, a exemplo
dos bonequinhos encontrados na tumba do Ankhnaton.
Ó, não dá pra descrever.
Tem que se ver. Estar ali, olhando aqueles homens servindo ao seu imperador.
Em outro pavilhão está parte
da cavalaria do exército imperial.
Em seguida postarei algumas mostrando detalhes que achei interessantes.
Em seguida postarei algumas mostrando detalhes que achei interessantes.
Mas era preciso ir até ao
mausoléu do imperador e lá fomos procurar o ônibus que leva até lá, local um
tanto distante do exército.
Aqui, agora, vem a
sacanagem do tio Qin. Pelo mapa que seguimos, ele nos fez de bobas. Ele nos fez
andar uns 3 quilômetros percorrendo o perímetro de um quadrado para achar
naaaaada!
(Na verdade, acredita-se que a tumba esteja sob uma pirâmide de 47 metros de altura, mas nada comprovado até agora).
(Na verdade, acredita-se que a tumba esteja sob uma pirâmide de 47 metros de altura, mas nada comprovado até agora).
Claro, a gente esperava
encontrar uma tumba linda e maravilhosa, com tampa de vidro ou jade, como disse
a Joana. Em vez disso, há apenas um marco com uma inscrição que desconheço,
(claro, está em chinês), no meio de um espaço bem cuidado.
Pô, sacanagem, tio Qin.
Nem nos recebeu, não nos ofereceu um chá, uns biscoitinhos... a gente veio de
tão longe e os meus pés estavam assando, nem conseguia mais andar, tanto que
estou aqui sentada na cama com os pés doendo, solados dos pés queimados! Que
tio ingrato, sô!
Amei tudo ❤️❤️❤️ Ótima narrativa e divertida! Muito interessante 👏👏👏👏👏👏 Obrigada por dividir essa aventura😍😘
ResponderExcluirObrigada. Aguarde. Ainda nem cheguei à metade da viagem. Só falta tempo para postar tudo.
ExcluirFran....só vc mesmo p fazer a gente entrar na história kkkmk
ResponderExcluirMas não é? Tenho certeza que muita gente nunca ouviu falar desses guerreiros e era uma coisa que me deixava encafifada. Hist´ria, pra mim é isso.... é ir no local, ver, sentir, mergulhar no ambiente, na energia do fato. Obrigada por acompanhar. Aguarde mais relatos.
ExcluirRealmente o cavalo está sorrindo ������. Adorei as fotos estão show. E vc contando o acontecido me senti lá tbm . Rs .. Adorei ��
ResponderExcluirPOIZÈEEEEEEEEEEEEEEEEE. Pat. Se conto de forma acadêmica, fica tão enfadonho. Dá até sono. Uma pitadinha de gracejo pega bem e como sou mesmo esculachada, abro o verbo. Conto tuuuuuuudim. hahahaha
ResponderExcluirInteressante,porem assustador e percebe-se que tem muito mistérios ainda não revelados por esse povo.
ResponderExcluirÉ só falar do meu marido gostosérrimo e do meu drama favorito para eu brotar do chão. <3
ResponderExcluirFran, que massa esse texto! Eu to adorando seus relatos da viagem. A forma como você conta é realmente como se fosse uma conversa informal!
E cara! Esse Ying Zheng era um verdadeiro badass. Li sobre suas peripécias e de como ele divide opiniões até mesmo entre os chineses. Uns os consideram heroi, outros , um lunático. Mas fato é que ele foi o grande nome que deu o solavanco para a a China que conhecemos hoje.
Interessantérrimo!
E esse exército de terracota? Que coisa grandiosa! De pensar que tudo isso ele fez 200 anos antes de Cristo. A tecnologia e arte da China já havia evouluido e muito em relação ao ocidente.
Agora, vamos falar sobre a beleza, ou melhor, da falta dela no verdadeiro imperador. QUE HOMENZINHO FEINHO GENTE kkkkkkk
Gosto de gordinhos, mas o Zheng da vida real era feio de doer.
Quem poderia imaginar que 4 mil anos depois, dariam a ele um rostinho tão lindo e seduzente em um drama né? Aquela delícia de homem faz a gente pensar que de fato o rei era bonito, mas que balde de água fria kkkkk
Adorei, Fran!
Parabéns!
Que legal, adorei o texto e as fotos, um dia ainda vou conhecer a China também!
ResponderExcluirFran, muito obrigado por compartilhar sua viagem e nos mostrar esse maravilhoso exército de terracota, e concordo com você aquele cavalo estava sorrindo ... kkk
ResponderExcluirAguardando outras postagens. Adorei sua narrativa divertida e despojada, tudo a ver com sua viagem.
Um beijo.