quarta-feira, 13 de junho de 2018

XIAN - OS GUERREIROS DE TERRACOTA


XIAN

O bom de ler muitas dicas de blogueiros é que você não fica tão perdida e nem paga muitos micos. 

Foi assim que ao chegar ao aeroporto de Xian, já comprei passagens para irmos ao centro de Xian no ônibus do aeroporto que nos deixaria fora da muralha, em um hotel, onde seria mais fácil apanhar um táxi. 

Ledo engano. De cara, quase caímos num golpe. O suposto motorista do táxi nos cobrou 50 Yuans para nos levar ao hotel. Bati o pé e ofereci 30, mesmo assim bem acima do preço, mas estávamos cansados. Quando os demais motoristas caíram na gargalhada, isso acendeu nossas luzinhas.

O tal motorista iria nos levar em um carro particular, dizendo que era Uber. O CARAMBA!!! Não há Uber na China. 

Tomamos a mala da mão dele e pedi ajuda à atendente dos ônibus do aeroporto que, pra variar, não falava inglês.

A muito custo, um garoto que estava na fila para comprar passagem nos ajudou e nos levou para fora do ambiente dos taxistas. Chamou um táxi, negociou, ficando o preço em 15 yauns até nosso hotel. Paguei 20 alegre, feliz e satisfeita. Que nosso anjo china tenha feito boa viagem.

Nosso apart hotel é uma gracinha. Muito arrumadinho e funcional.

Fome. Muita fome. Aí veio a parte mais difícil do dia. Tentar se comunicar com o garçom que não fala inglês, mas, SMART BOY, ele tem um aplicativo que traduz (muito mal) o que quer me dizer e vice versa. Ao final, conseguimos comer um tipo de sandubão com carne de carneiro e uns espetinhos de asas de frango apimentadas. Importante era estar com a barriguinha cheia.

Sabe aquelas doideiras que a gente tem? Uma das minhas é ler ou assistir algo que me interessa e logo quero visitar o local, “ver de perto pra contar de certo”.

Vir a Xian teve por gatilho o drama chinês A MULHER DO REI, estrelado pelo gatíssimo, gostosíssimo e lindíssimo Zhang Bin Bin e a Dilraba, lindérrima! O rei em questão é o que unifica os reinos da China e se proclama Imperador, tio Qin, dando início à dinastia Qin, isso lá nos idos de 221 a.C.


Ora, tio Qin tinha a fama de “bad boy”. Era muito impiedoso, “malvado.com”. Mas, mas gente, imperador banana era imperador morto! Logo ele que foi alvo de várias tentativas de assassinato, Como não ficar paranóico?

Só sei que o tio, quando mais velho, decidiu procurar o elixir da longa vida e se dedicou à alquimia. Claro que o tio se envolveu em outros assuntos esotéricos e pelo que vi hoje, tenho absoluta certeza que ele foi mais além.

Meu primeiro compromisso em Xian foi exatamente visitar o famoso sítio arqueológico dos guerreiros de terracota, ou seja, o exército em terrecota, em tamanho normal, que seria a guarda do imperador quando ele morresse.

Já no apart-hotel que aluguei, CITADINES, a 100 metros do DRUM, pesquisei como chegar aos guerreiros, cujo sítio arqueológico fica a 100 quilômetros do centro de Xian. Os preços foram os mais absurdos. Turista bobo merece mesmo ser enganado, mas a turma aqui exagera.

A empresa de turismo instalada no hotel me ofereceu um carro com motorista, que me levaria ao sítio arqueológico pela bagatela de 500 yuans (cerca de 250 reais). Ô loco! Segunda opção – ir com um grupo pagando 360 yuans por pessoa, com direito a guia, transporte e um lanchinho safado. Ainda está caro, né?

Acontece que, logo na chegada, o recepcionista me passou uma tirinha com as informações preciosas que eu precisava. Número do ônibus que me levaria à  estação de trem, o 611, ao preço de 2 yuans por pessoa e o outro ônibus, o 306, a 7 yuans, que levaria à entrada do sítio arqueológico. Tiro e queda!

Adôoooooooooooro uma aventura! Ainda mais por esse preço!

 Chegando à estação de trem, nem levamos muito tempo para achar o bendito 306, e estranhamos uma enorme fila sob o sol de quase 10 horas da manhã e aquela senhorita praticamente nos empurrou para dentro de um ônibus com aparência bem desgastada, mas era o 306, enquanto havia outros ônibus mais novos. Ainda tentei mudar de ônibus, mas o Carlos me convenceu a ficar.

Nisso, uma senhorita estrangeira, com uma flor de tecido no cabelo encaracolado, veio sentar ao meu lado, nos últimos bancos, fato que me lembrou uma aventura que tivemos no México, indo para a pirâmide do Sol.

De repente... MENTIRA! Ela estava falando português, gravando um vídeo! Claro, me meti na conversa dela. E no segundo seguinte, ela simplesmente grita de alegria, emocionada por nos encontrar. Em poder se expressar em português e ser entendida. Apresentações feitas, e já estávamos no maior papo com a baianinha arretada, Joana, viajando sozinha pela Ásia há um ano e meio. Tanta coisa pra contar.

Resumindo, nem vimos passarem os 100 quilômetros até o sítio arqueológico dos guerreiros de terracota. Ao descermos do ônibus, logo em seguida, mais um encontro inesperado. 

Uma brasileira também em viagem solo, (Fernanda, de São Paulo, comissária da Latam, em férias), nos abordou e foi uma saraivada de gritos. Tão barulhentas!!! Hahahahaha. Pronto. Naquele momento formamos o grupo dos "Brasileiros achados na China"! Hahahahaha


Geeeeeeente... o tio Qin era PHOOODA!!! Tudo muito grande, tudo muito organizado e pagamos 150 yuans pelo ingresso. Percorrer todo complexo levou cerca de 5 horas. Claro, entre muitas fotos, muitas conversas, trocas de informações sobre as nossas viagens, exclamações e boquiabertísimos diante daquele exército silencioso.

VAMOS PARAR DE LERO-LERO E MOSTRAR AS FOTOS QUE, POR SI SÓ, SÃO AUTOEXPLICATIVAS. 

Confesso minha grande dificuldade em escolher as fotos para postar. 

Em seguida postarei algumas mostrando detalhes que achei interessantes.












Juro que esse cavalo da esquerda está "sorrindo". Prestenção!


Em algumas trincheiras, soldados ficam virados para a parede.











Ah, sim, tio Qin não era nem um tiquinho bobo. Seu exército todo imantado com energia vital. Algumas estátuas têm semblante de pessoa sorrindo. Localizei até um cavalo “sorrindo”. Séeeeeerio!



Claro, como um raio, entendi que a técnica era a mesma utilizada pelos faraós egípcios, a exemplo dos bonequinhos encontrados na tumba do Ankhnaton. 

Ó, não dá pra descrever. Tem que se ver. Estar ali, olhando aqueles homens servindo ao seu imperador.

Em outro pavilhão está parte da cavalaria do exército imperial.








Em seguida postarei algumas mostrando detalhes que achei interessantes.























Mas era preciso ir até ao mausoléu do imperador e lá fomos procurar o ônibus que leva até lá, local um tanto distante do exército.


Aqui, agora, vem a sacanagem do tio Qin. Pelo mapa que seguimos, ele nos fez de bobas. Ele nos fez andar uns 3 quilômetros percorrendo o perímetro de um quadrado para achar naaaaada!
(Na verdade, acredita-se que a tumba esteja sob uma pirâmide de 47 metros de altura, mas nada comprovado até agora).

Claro, a gente esperava encontrar uma tumba linda e maravilhosa, com tampa de vidro ou jade, como disse a Joana. Em vez disso, há apenas um marco com uma inscrição que desconheço, (claro, está em chinês), no meio de um espaço bem cuidado.


Pô, sacanagem, tio Qin. Nem nos recebeu, não nos ofereceu um chá, uns biscoitinhos... a gente veio de tão longe e os meus pés estavam assando, nem conseguia mais andar, tanto que estou aqui sentada na cama com os pés doendo, solados dos pés queimados! Que tio ingrato, sô!

Vou contar pra todo mundo que você era feio que doía, além de ser gordo e nem venha me enganando com a figura do gato Zhang Bin Bin, que não vou cair na sua lábia, GRUMPFF!

Ainda falarei mais sobre o tio Qin e suas traquinagens.

10 comentários:

  1. Amei tudo ❤️❤️❤️ Ótima narrativa e divertida! Muito interessante 👏👏👏👏👏👏 Obrigada por dividir essa aventura😍😘

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    1. Obrigada. Aguarde. Ainda nem cheguei à metade da viagem. Só falta tempo para postar tudo.

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  2. Fran....só vc mesmo p fazer a gente entrar na história kkkmk

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    1. Mas não é? Tenho certeza que muita gente nunca ouviu falar desses guerreiros e era uma coisa que me deixava encafifada. Hist´ria, pra mim é isso.... é ir no local, ver, sentir, mergulhar no ambiente, na energia do fato. Obrigada por acompanhar. Aguarde mais relatos.

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  3. Realmente o cavalo está sorrindo ������. Adorei as fotos estão show. E vc contando o acontecido me senti lá tbm . Rs .. Adorei ��

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  4. POIZÈEEEEEEEEEEEEEEEEE. Pat. Se conto de forma acadêmica, fica tão enfadonho. Dá até sono. Uma pitadinha de gracejo pega bem e como sou mesmo esculachada, abro o verbo. Conto tuuuuuuudim. hahahaha

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  5. Interessante,porem assustador e percebe-se que tem muito mistérios ainda não revelados por esse povo.

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  6. É só falar do meu marido gostosérrimo e do meu drama favorito para eu brotar do chão. <3
    Fran, que massa esse texto! Eu to adorando seus relatos da viagem. A forma como você conta é realmente como se fosse uma conversa informal!
    E cara! Esse Ying Zheng era um verdadeiro badass. Li sobre suas peripécias e de como ele divide opiniões até mesmo entre os chineses. Uns os consideram heroi, outros , um lunático. Mas fato é que ele foi o grande nome que deu o solavanco para a a China que conhecemos hoje.
    Interessantérrimo!
    E esse exército de terracota? Que coisa grandiosa! De pensar que tudo isso ele fez 200 anos antes de Cristo. A tecnologia e arte da China já havia evouluido e muito em relação ao ocidente.

    Agora, vamos falar sobre a beleza, ou melhor, da falta dela no verdadeiro imperador. QUE HOMENZINHO FEINHO GENTE kkkkkkk
    Gosto de gordinhos, mas o Zheng da vida real era feio de doer.
    Quem poderia imaginar que 4 mil anos depois, dariam a ele um rostinho tão lindo e seduzente em um drama né? Aquela delícia de homem faz a gente pensar que de fato o rei era bonito, mas que balde de água fria kkkkk
    Adorei, Fran!
    Parabéns!

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  7. Que legal, adorei o texto e as fotos, um dia ainda vou conhecer a China também!

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  8. Fran, muito obrigado por compartilhar sua viagem e nos mostrar esse maravilhoso exército de terracota, e concordo com você aquele cavalo estava sorrindo ... kkk
    Aguardando outras postagens. Adorei sua narrativa divertida e despojada, tudo a ver com sua viagem.
    Um beijo.

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