domingo, 13 de novembro de 2011

JAIPUR - RAJASTHAN


Hora de seguir em frente. Vem aí o Rajastão. Vem aí  a cidade de Jaipur. Saímos de Delhi por volta das 13.30 horas depois de um almoço de lamber os beiços, ou melhor, os dedos. Rahul pediu para nós um frango assado na brasa, marinado no iogurte e com bastante alho (afeghan chicken), acompanhado de garlic pan e lassi de manga. Dos Deuses! Comi que pequei!
Amit e Rahul

Kim tirando uma soneca
A caminho de Jaipur
Na Índia vale viajar de tudo - tuc tuc

6 horas para percorrer 261 km  de estrada com tráfego intenso.
Enfim, entramos no Estado do Rajastão, acredito que seja o mais colorido dos Estados. Aqui as mulheres se orgulham de suas roupas alegres, sua dança e sua música contagiante. 



No meio do caminho nosso motorista nos convidou a passar rapidamente na casa dele, numa vila. Aceitamos e isso foi considerado uma grande honra.

Mais um motivo para Amit se dependurar ao celular para avisar para a família. Gente, com é que eles dirigem só com uma mão, feito loucos e com o celular grudado no ouvido? Os carros passam tirando tinta.

A vila do Amit é nos cafundós do Judas, numa estradinha de terra passando por fazendolas, típicas do Rajastão, encontrando camelos, elefantes e tudo mais.



Festa na casa de Amit. Sua esposa, Anita, encabulada, preparou um chá indiano. Quente pra burro! Queimamos a língua e ainda tivemos taquicardia em decorrência de algum ingrediente do chá.
Enquanto a esposa preparava o chá, Amit, na maior naturalidade, ao nosso lado, soltou o maior e mais sonoro peido na nossa cara. E ainda abanou a calça pra espalhar o odor. Não resistimos. Caímos na gargalhada. Mas isso foi só disfarçar o mico do nosso anfitrião, para nossa cultura.

 Na saída, toda família, que mora vizinha, estava a porta nos esperando com mil sorrisos. Aproveitamos para fotos com pessoas tão coloridas. Algumas, envergonhadas, correram para se esconder. Saldo positivo para uma experiência bem pessoal no interior da Índia.

Chegamos a Jaipur 20 horas e logo em seguida Gaurav chegou ao hotel Gliz, onde nos hospedamos.

Jaipur é chamada da Cidade Rosada, porque a maioria de suas casas e monumentos são pintados de rosa.



Agora sim. Queria ver a tia reclamar do hotel. Apartamento enorme, amplo, bem antigo, tradicional, limpo, claro. Banheiro arrumadinho...

Mas... ai, esse mas me mata – o chuveiro joga a água para todos os lados e você precisa procurar onde está o jato. Ou seja, em lugar algum. 

OK, você venceu. Reclamei na recepção e imediatamente o bombeiro hidráulico de plantão me acompanhou para limpar o chuveiro. Coisa mais simples.

Agora era só encontrar Gaurav pessoalmente e ele chegou mancando, com o rosto machucado, em decorrência do acidente de moto. Relatório completo sobre nossa estada em Delhi, como se ele não soubesse. Durante todo tempo Gaurav dava instruções ao guia Rahul e ao motorista. Relatórios ao vivo e a cores. 


Jantar por perto, onde nos serviram um frango meio cru. Claro que reclamei. Detesto quando o garçon fica querendo escolher o que eu vou comer. Empurrando a escolha. Tive ganas de pular no pescoço do garçon que nos atendia. E ainda trouxe frango cru!

Agora sim. Visitar o Âmbar Fort. Até que nos animamos para subir ao Forte by elephant, mas a fila quilométrica e o calor intenso nos desanimaram. Sem contar com o enxame de vendedores que grudam na gente como moscas. Perdi a paciência! Dei uns gritos em alguns.









Vieram os conselhos de Gaurav. Apenas não responder, nem olhar para os vendedores. Se temos uma reação como a que tive, eles, os vendedores se reúnem e quebram nossos equipamentos e o guia não pode fazer nada. Eu, hein? 


Mas valeu por assistir a uma parada da pesada: trocentos elefantes bem enfeitados, subindo a ladeira, carregando os turistas a 900 rúpias, cada um.

E subimos por outro lado, de carro, para a entrada dos pobres mortais que não alugaram um elefante. O assédio dos vendedores é irritante!

Nosso guia começou com sua ladainha. Detesto essa voz monótona, decorada, sem emoção, sem um suspense... Nem presto atenção quando percebo que o guia é fraco. Ocupo-me com minhas fotos. As informações dadas não acrescentaram nada. Só foi legal ver a latrina da rainha e óoooo... aquele palácio de vidro! A gente se sente a Alice na sala dos espelhos e é divertido descobrir cada ângulo para as fotos. Os desenhos formados, vasos, flores, arranjos...

Kim no palácio de vidro

Palácio de Vidro









Kim, euzinha e Gaurav











Tem que se tirar o chapéu para essa turma de arquitetos, engenheiros, decoradores... são construções únicas.


E o cheiro do guia? Aaaaaf

Também é dia de visita ao Jantar Mantar. Não, não é nenhum restaurante nem é nome de comida. É um dos observatórios construídos entre 1728 a 1734, por  Sawai Jai Sing II.  

Eu, que quase nada sei de astrologia e menos ainda de astronomia, fiquei simplesmente encantada com a inteligência do rei. Todos os instrumentos, acredito que construídos em pedra, (verei isso com calma), são destinados a cálculos astronômicos e até astrológicos. Isso mesmo. 
Jantar Mantar














O Rashivalaya Yantra é composto de 12 peças que representam os signos do zodíaco e, portanto, se voltam para as respectivas constelações.  É usado para criar horóscopos, pois calculam seu signo e até seu ascendente.  Relógio de sol, "aparelhos" para determinar o andamento do sol... 

Não, é uma coisa de gente gênio mesmo. Claro que Gaurav, que nos acompanhava, contratou outro guia para nos explicar o complexo. Tadinho do guia. Fuzilei-o com tantas perguntas. Gaurav até saiu de perto. Hahahahaha. Ora, como ele vem explicar um coisa que não conhece profundamente? Como explicar uma coisa que ele mesmo não acredita? Não em se tratando de astrologia. E disso belisco um tiquinho, a parte mais elementar.


Cá pra nós, eu não casaria com esse rei. Ele ficava o tempo todo brincando com os outros instrumentos dele. Devia esquecer a esposa.
Sawai Jai Singh II


Na saída do Jantar Mantar vimos encantadores de serpentes e o assédio dos vendedores sobre os turistas.
Assédio aos turistas

Encantadores de serpentes







 Demos uma passadinha rápida no Hawa Mahal, o Palácio dos Ventos. Liiiiindo. Até a tia caiu de amores.
Hawa Majal - Palácio dos Ventos


 Hoje é o dia das esposas. O Karvachauth. Cada esposa, noiva, não sei se as namoradas fazem isso, mas elas fazem jejum para a proteção do marido, noivo... e só termina o jejum quando a lua surgir. A mulher então usa um tipo de peneira para olhar para a lua e leva a peneira ao rosto do marido, noivo... que lhe dá a benção. Há toda uma tradição para esse festival.


Gaurav foi convidado para a cerimônia na casa de um amigo, uma cerimônia bem íntima e teve permissão para nos levar. Assim fomos admitidas na residência de uma família hindu para assistirmos a cerimônia do Karvachauth.



Seguindo a tradição, cumprimentei a dona da casa tocando-lhe os pés. As mulheres casadas da casa estavam vestidas do modo tradicional, ostentando jóias. A nora, belíssima por sinal, que também é formada em direito, mas não exerce, explicou-nos o ritual que teve lugar no telhado da casa, na verdade é uma laje.


Jantar no terraço do hotel, com apresentação de grupo de música e dança do Rajastão, tendo o céu por teto com lua e fogos. 



Comprinhas básicas em Jaipur, que incluiu  alguns metros de seda, como a melhor forma de nos livrar de um insistente vendedor. 


Procuramos essas batas normais que nós, pobres estrangeiras tanto gostamos e minhas filhas encomendaram. Caceta! Não encontrei nada. Acho que esse tipo de roupa é só para os bobos dos estrangeiros mesmo. As roupas que nos apresentaram eram ricas e caríssimas. 

 
Uma parada no Palácio dos Ventos que, infelizmente está fechado a visitação. Tive que me contentar com algumas fotos apressadas do outro lado a rua, disputando alguns centímetros de espaço com um sem número de turistas. 


A construção é... sem palavras. Vejam as fotos. Na verdade, trata-se de uma parte do palácio com inúmeras janelas para que as mulheres do harém pudessem ver o movimento da rua sem ser vistas, mesmo assim usando veus. Foi construído em 1799 pelo Marajá Sawai Pratap Singh e desenhado por Lal Chand Ustad, em homenagem ao deus Krishna, tanto que seu desenho lembra a coroa desse deus.

Seu exterior de cinco andares exclusivo também é parecido com o favo de mel da colméia, com 953 pequenas janelas chamadas jharokhas, que são decorados com intrincada rede. A intenção original da rede era permitir senhoras reais para observar a vida cotidiana na rua abaixo sem ser vistas, pois eles tinham que observar rigorosa "purdah" (cobrir o rosto).

Construído de arenito vermelho e rosa, o palácio está situado na principal rua, no coração do centro empresarial de Jaipur. Faz parte do Palácio da Cidade e se estende até o Zenana ou câmaras das mulheres, as câmaras do harém. É particularmente impressionante quando visto no início da manhã, iluminado com a luz dourada do nascer do sol. (Wikipédia)















Um pouco mais sobre Jaipur nesse vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=sOHF3ViJHjY&feature=related


Já de saída, demos uma passadinha em um templo muito especial. Um templo dos macacos, ops, de Hanuman, onde os macacos  vivem soltos, ao mesmo tempo é um templo de Shiva. Chama-se Galta Temple.



















Tivemos acesso a boa parte externa, inclusive na parte de cima – sobe-se uma escadaria que leva ao templo de Shiva – e por lá tem uma piscina. Piscina? Há? Bom, digamos que seja uma piscina onde se amontoam trocentos devotos de todas as idades. 

Por respeito, não se fotografa, mas há fotos de longe que dão uma idéia do que é o negócio.

Quando estávamos descendo, ao passar ao lado da tal piscina, olhei com o rabo de olho e vi uma senhora de idade com os seios de fora, trocando a roupa molhada, na frente de todo mundo. Comentei com Gaurav que, apenas disse – ela é uma velha!

Eu, pesssoalmente, aaamo Shiva. Acho que ele é O CARA! É dos côcos e não tem meias palavras com ele. Chega para arrebentar o que tem que ser arrebentado. Os outros são muito bonzinhos, principalmente Krishna, que só vive tocando sua flautinha, dançando e namorando.





Shiva é tão O CARA que estando em cópula com sua amada esposa já há mil anos – putz, como se aguenta um homem, ops, um deus, tão vibrante assim? Pois é. Chegaram os empata foda para contar que a humanidade estava se matando. Shiva, muito puto pela interrupção de seu ato amoroso – ou seria safadenho? deu uma folguinha pra Parvati e nisso deu uma bela gozada fora da amada. Foi exatamente quando ele iiiiiiia... ai, que raiva, né Shivão? Resultado – da ejaculação divina e fodástica de Shiva nasceram as estrelas, planetas, sóis, mundos e trá  lá lá. Eita, pau pereira!

2 comentários:

  1. hahahhahhahahaha...Tou morrendo de rir com sua versão das histórias hindus...hahhahahahhah...essa de Shiva foi 10!
    beijos
    Karla Gê

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  2. Kkkkk adorei tb a sua versão para o nascimento do universo!!
    Lindoooo o Palácio dos Ventos!!
    Realmente vc conseguiu um roteiro diferenciado com esses guias, mto mais livre e podendo conhecer de uma forma mais intimista.
    Bjsss

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