quarta-feira, 16 de novembro de 2011

KHAJURAHO - ÍNDIA

 
Continuamos a viagem para Khajuraho de carro. Saímos de Orccha por volta das  10 horas rumo a Khajuraho, em Madhya Pradesh - Índia.  Bem longinho. No caminho, só vilas antigas.
Chegamos ao hotel de Khajuraho às 3 da tarde.

O nome Khajuraho, antigo "Kharjuravahaka", é derivado do sânscrito que significa palavra kharjur palmeira .


O hotel – Usha Bundela - é aquilo que se pode chamar de bela viola. Por fora, na recepção... uau! Mas foi entrar no apartamento para sair correndo. A catinga de cigarro era insuportável, misturada com alguma coisa de mofo com spray. Ainda bem que Gaurav estava conosco e imediatamente arrumaram outro quarto. 



O problema aqui é que o pessoal não é muito chegado a limpeza. Agora mesmo no café , observamos como os garçons limpam as mesas. Passam a mão, jogando os farelos de alimentos no chão. Pronto! Está limpo.

O banheiro carece de uma boa faxina. Eles não conhecem água sanitária, sapólio, essas tralhas. E aquelas torneiras com suas canecas e um ralo nojento ao lado?
Não viajo sem uma havaiana para tomar banho. Nem mesmo em casa ponho os pés no chão do banheiro. Será um TOC?

Almoço rápido....opaaaaaaaa...almoço? sem opções no cardápio, o maitre nos acenou com um item do menu – frango KFC. Babei! KFC, aqui, no meio da Índia? Que venha! 


Aaaai, meus deuses! Perdi a oportunidade de fotografar o prato. Eram pedaços de frango tostados numa gordura que deve ter fritado os primeiros KFCs no tempo dos dinossauros. A batata frita... NEM MORTA que eu como. Pretinhas de óleo usado mil vezes. O restaurante do hotel é o pior que encontramos até agora. Comida intragável!

 Seja lá como for, thanks, God! Estávamos livres da famosa diarréia indiana. For now! Mas não escapamos de uma bela dor de barriga, estrago da comida horrorosa do Usha Bundela. É uma bunda mesmo!


KHAJURAHO  era a capital cultural da dinastia Chandella e está na Índia Central.
O complexo constava de  85 templos, dois quais, apenas 25 são remanescentes, foi construído entre os anos 900 a 1130 a. D. Os templos são famosos pelas esculturas tidas como eróticas. Todos os guias explicam que os templos com tais esculturas eram, na verdade, para ensinar a educação sexual aos casais. (Me engana, que eu gosto!). Os mais letrados dizem que simbolizam o ato de amor entre os deuses. Seja lá como for, ninguém é maluco para negar a beleza do conjunto.


 A parte boa foi a visita aos templos Oeste do complexo de Khajuraho. Que coisas liiiindas. A gente não sabe para onde olhar, o que fotografar.















 O guardião de templo me convidou a entrar. Tão insistente que fiquei com medo. Tia havia ficado no hotel e fui só com Gaurav. Finalmente entrei com o tal guardião que me levou pela parte de trás do sanctum, onde tem uma estátua de Buda. Essa parte de trás é muito escura e o guardião iluminava com uma lanterna para que eu pudesse  fotografar.









Engraçado, acho que o Edir Macedo fez estágio nos templos daqui. Vi quando o guardião, disfarçadamente, colocou uma nota de 100 rupias no altar do Buda. Quando saímos, ele não pediu dinheiro, mas Gaurav disse que poderia dar, se quisesse. Pela sabedoria dele em querer me enganar, dei uma propina pequena, que não deve ter agradado, mas, mesmo assim, ele me chamou para tirar uma foto com o sacerdote do lugar. Após a foto, o guardião fez sinal pra que eu desse dinheiro ao sacerdote. Fiz de conta que não vi. Gaurav me salvou me chamando para ir embora. Hehehehe. Não pensem que ficou por isso. O guardião cobrou do Gaurav que, como não  acredita em bênçãos vendidas, disse não!

O guardião espertalhão


O sacerdote do Templo

A noite foi por conta de um show de dança em um teatro local. Eu, no Brasil, sabia desse show e Gaurav, guia turístico, formado, não sabia. Ponto pra mim. Esperei mais do show. As roupas poderiam ser melhor elaboradas, mais ricas. Tia Kim, pra variar, dormiu a maior parte do show.




Estamos aguardando o guia – iremos aos templos de Khajuraho, aqueles com as imagens eróticas que todos  nós queremos ver.


Tia Kim está ali emburrada e já cochila na cadeira.
Creio que Gaurav tenha ido ao safári para ver tigres. Neeeeeem... quero ver os templos e comprar uma bateria para meu relógio que parou.


Depois de visitar os templos iremos para Varanasi, de avião. Tive um upgrade para a classe executiva, mas vou dar meu lugar para a tia Kim ir mais luxuosamente aboletada.

Afinal, enquanto aguardávamos o guia, eis que surge Gaurav. Ele abortou o plano de ir ao tal safári. Fomos juntos ao Templo de Khajuraho. Outro guia nos acompanhou. Um sol intenso e o carinha lá explicando. Ai, caramba. Eu quero é fotografar. Já conheço a estória do templo. Mas até que o guia deu umas dicas legais que não estão nos livros e nos mostrou uns lances bem engraçados nas esculturas, outros pitorescos e outros mais instrutivos.








Se são deuses, são bem safadenhos!


Traiçãaaaaaaaaaaaao!


No portal so Sanctum...do Shivão, claro!

Eta tropinha f...

Nem digo nada...



Bordéeeeeeeeeeeeeel!




Zoofilia? aaaargh!


Pô, que imaginação, meu!

Esse ai já gosta, né?

Chega de safadeza! Deuses ou não, chega!

Ao final, me deu apenas 15 minutos para eu ficar sozinha no templo de Shiva, o maior  e mais alto templo do complexo.

O Templo Kandariya Mahadeva é o Templo de Shiva no complexo de Khajuraho. Foi erguido entre 1025 e 1050, cuja construção é atribuída ao rei Vidyadhara. É mais notável e representa o auge da arte e da arquitetura sacra do Norte da Índia. Mais de 800 imagens embelezam o templo, entre deuses, deusas, animais, guerreiros, músicos, donzelas sensuais, dançarinos e cenas eróticas cumprindo à risca, os ensinamentos do Kama Sutra.


O templo tem o seu nome Kandara ou caverna e Mahadeva, um outro nome para Shiva. Como muitos outros templos no complexo de Khajuraho, tem uma série linear de acesso passos voltados para as direções leste-oeste. Outras características são salas de colunas com varandas, um pórtico de entrada, e o santuário interno. São mais de 646 estátuasna decoração laterais do templo . No topo da shikhara é o amalaka, um anel circular motivo comum na arquitetura do templo do norte da Índia . Muitos dos painéis laterais retratam Shiva na presença de apsaras , consortes, e outras divindades. Wikipedia



O pórtico - Ardha Mandapa -  voltado para o leste, possui um arco cerimonial - makara torana - ladeado por duas cabeças de crocodilo e coberto de ornatos florais.

Shikhara Principal - a grande agulha tem 30 metros de altura e as 84 menores sobem em um crescendo em direção a ela. Lembram o Monte Kailasa, no Himalaia, morada de Shiva.

Os painéis eróticos ficam nas alas norte e sul, entre os balcões. Esses painés podem ser interpretados como o casamento entre Shiva e Parvati e serviam como manual do amor. Pode ser também interpretado como uma celebração da criação e da vida.


O Garbhagriha - sanctum sanctuarim - é o santuário interior do culto, escuro e despojado, que simboliza o útero. Contém um linga (falo) principal objeto de veneração de todos os templos de Shiva. 


Todos os templos são a representação do feminino. Uma mulher sentada. Por isso é costume ao entrar no templo, tocar o chão do portal. Simbolicamente, toca-se os pés da deusa que é representada pelo templo.


Outro costume é tocar o sino para anunciar ao patrono do templo que você está chegando. É como se tocasse a campainha. Ao sair, novamente toca-se o sino para dizer - Estou de saída.

Kandaryia Mahadeva

Kandaryia Mahadeva

Ardha Mandapa






Garbhagriha




Interior do Templo Kandaryia Mahadeva


O pórtico - Ardha Mandapa











Ai que fedor de morcego dentro do templo. Deu até medo entrar no Sanctun Sanctorium. Fotografei tudo que pude.






http://www.youtube.com/watch?v=Fql7NGkWiic&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=Qa-SPkOoBIU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=T2XVpNtaY3c
http://www.youtube.com/watch?v=nZj9ocMxTEE&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=tegp9fPUYuA&feature=related
Voltei correndo a tempo de salvar a Kim de mais uma armadilha dos vendedores. O esquema estava montadinho para ela comprar um monte de bagulhos e o Gaurav estava junto. Isso é muito estranho porque eu já havia reclamado da sacanagem anterior e dito a ele que Kim não compraria mais nada sem minha presença. 
Ainda conseguiram vender uma pulseira para ela. Esquemão do cacete!

Hum, sei não, mas aquela comida horrorosa do tal hotel Usha-Bundela não me fez bem. Hora do almoço e estava enjoada. O cheiro da comida embrulhando o estômago. Meu ventre parece um tambor.

Aeroporto. Aeronave da Air Índia. Classe executiva. Ai, caraca, se isso é a classe executiva, nem quero imaginar a econômica. Pois é. Não me perguntem como. No final, Kim e eu ficamos na classe executiva. Mas as poltronas... imuuuundas! 


Aeroporto de Khajuraho

Poltrona da classe executiva da Air India

Já sei onde a Gol copiou o lanche tão pobre!

5 comentários:

  1. Aquilo que é aula de educação sexual, heim, Fran! hahahah...praticamente um Kama Sutra em alto relevo! Deuses bem safadinhos esses da India, viu!
    Mas tou me divertindo com sua viagem!
    beijos
    Karla Gê

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  2. Karlinha, apressadinha... hahaha Já viu as outras fotos que postei? Sabia que não há essas "safadezas" dentro dos templos? só nas esculturas de foooora!
    Há muitas outras informações, mas vou cansar vcs com blá blá blá.

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  3. Éeeee Deuses safadinhos kkkkkk Desde os tempos remotos que só se pensa naaaquiiiloooo!! kkkkk

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  4. Franzíssima!
    Adorei esse passeio! Os templos como sempre muito bonitos e com detalhes muito elaborados.
    E parece que todos os guardiões e sacerdotes foram todos formados na mesma escola: sempre tentando tirar um din-din dos desavisados! rsss
    Menina! E que aula erótica é aquela??? Será que depois da 'reza' o povo sai e escolhe com o parceiro, tipo assim: 'eu quero assim hoje!' No que o outro responde: ´só se for combinado com aquele outro ali!!!' kkkkkkkkkkk
    Enfim, tudo muito interessante, ainda mais pra quem como vc fez o dever de casa e ja vai entendendo um tanto da cultura! A pergunta que não quer calar: a tia viu aquilo??? hehe
    Querida, como sempre, ótimo relato! bjokas

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  5. Anita, ri demais com seu comentário. De fato, a turma era bem safadenha. O bom mesmo são as explicações que os guias dão mostrando, ao vivo e a cores, as esculturas. Há uma passagem, pois as esculturas menores é como uma história em quadrinho em alto relevo, em que uma mulher está na floresta transando com um cachorro. Ela pensa que está só, que ninguém a vê. Mas um homem vê a cena e conta ao rei. A mulher é conduzida ao rei e ela fica envergonhada. Outra cena, um homem está se aproveitando de uma besta , enquanto outro segura o animal, masturbando-se. Um terceiro, com vergonha, põe as mãos no rosto para não ver. Maaaaas... deixa dois dedos afastados e olha tudo entre os dedos. hahahaha E assim vão as historinhas ou estorinhas. Não dá pra colocar todas as fotos e nem tive tempo de fotograr o que eu queria. Ou seja, TUDO! Em resumo, as esculturas ensinam que TUDO é permitido entre o casal - só que a mulher leva sempre a pior, né? As posições clássicas foram tiradas do KAMASUTRA. Kama, deus do amor. Sutra, ensinamentos.
    Kim não quis entrar. Foi a uma igreja e depois às compras. Obrigada pela visita, amiga.

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