sexta-feira, 31 de maio de 2013

BASÍLICA DA VIRGEM DE GUADALUPE



Io optou por outro programa, mas o meu, na verdade, era ir à Catedral da Virgem de Guadalupe e ao Castelo de Chapultepec.

Já perceberam que pra todo lado nos viramos de metrô. Nenhuma vez apanhamos táxi, a não ser na chegada para sairmos do aeroporto para o hotel na Zona Rosa. Nisso a Cidade do México é bem servida – metrô. E barato. Portanto não foi difícil chegarmos à basílica da Virgem de Guadalupe. 


Ops... vamos a uma correção. Na verdade são DUAS basílicas. A antiga e a moderna. Preferi a antiga, tortinha, caindo, se inclinando, afundando ou, como os próprios mexicanos dizem, - a Torre de Pisa mexicana – hehehehe.




A avenida que dá acesso às basílicas é bem larga e limpa, apesar do movimento de peregrinos, de lojas vendendo todo tipo de artigo religioso, som a toda altura, neguim copiando os cds e produzindo cds piratas na maior cara de pau, na cara do freguês, tudo de boa.


Chegar ao átrio das basílicas é facin, facin. Nem pensei em qual das duas basílicas eu escolheria para visitar primeiro. A antiga, a cai-cai, claro. Por si só impõe respeito. É imponente, majestosa. Com ares de matrona mesmo.
Suas colunas são altas e a gente nem se assusta com a inclinação tão acentuada. Quem morre de véspera é peru, não é mesmo?
Que posso dizer? É linda! Clássica, aconchegante e tem aquele ar de igreja que se respeita.





Corro pra fotografar a cúpula. Mania de fotografar cúpulas. A iluminação está perfeita.









Mas senti falta de uma coisa – ué? Cadê a imagem da Virgem de Guadalupe? Ops... primeiro, pelo que vi depois nas lojas e nas igrejas, não há uma imagem em, digamos 3D, da Virgem de Guadalupe, mas sempre em pintura em tecido. Então, cadê a pintura?  Não existe nesse igreja?


Então irei por ali explorar todo recinto que constitui o espaço religioso que, diga-se de passagem, é enorme. Várias capelas. Em uma delas, tida como o lugar em que o camponês teve seus encontros com Virgem, estava sendo celebrada uma missa. Entrei procurando não fazer muito barulho, já que sempre o clique da câmera distrai alguém.





Parei um instante e procurei ouvir e ENTENDER em que parte da missa o padre estava. Não entendi nadica. Imaginei que ele estivesse oficiando em algum dialeto. Ôooooooxi, era um padre japa e estava celebrando a missa em japonês. Só então caiu a ficha. A capela estava cheia de japas! Hihihihihihihi




Mais uma capela entre jardins bem cuidados, nada de lixo no chão apesar de muitas pessoas ali, nem tão devotas, mas passeando, alunos matando aula, jovens namorando, fotos e sorrisos.


Essa capela era especial. Em um dos lados, na entrada – essa capela tem várias entradas – então em uma delas há um poço. Pelo cheiro é água sulfurosa. Quando descoberto essa poço, a água era tida como milagrosa, curava um monte de coisas. É o Templo del Pocito.














A capela em si é linda, com pinturas que me lembraram a cusquenha (pensamento bobo), muito dourado, iluminação perfeita.
Segui até o jardim principal onde há uma enorme escultura da Virgem só que ela está recebendo as visitas de várias etnias mesoamericanas. Bem interessante. Opa, pensando bem, mais uma armadilha da ICAR – tirando os nativos de suas crenças e impondo o jugo da religião que acabou com tantas culturas. Afff!




Voltando e passando por jardim de rosas onde o índio João é representado em escultura quando abre o pano cheio de rosas como prova da presença da Senhora.


Meio dia, sinos tocam e começa no meio do átrio uma apresentação em 3D da estória do índio da tribo Nahua, Juan Diego Cuauhtlatoatzin.
Pedindo socorro à titia Wikipédia –


Aparição
Pelos relatos, uma "Senhora do Céu" apareceu a Juan Diego, identificou-se como a mãe do verdadeiro Deus, fez crescer flores numa colina semidesértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo, que exigira alguma prova de que efetivamente a Virgem havia aparecido. Juan foi instruído por ela a dizer ao bispo que construísse um templo no lugar, e deixou sua própria imagem impressa milagrosamente em seu tilma, um tecido de pouca qualidade feito a partir do cacto, que deveria se deteriorar em 20 anos mas que não mostra sinais de deteriora
ção até ao presente. Um estudo realizado no Instituto de Biologia da Universidade Nacional Autônoma do México, em 1946, comprovou que as fibras do tecido correspondem as fibras de agave, tais fibras não duram mais do que vinte anos.
Em ampliações da face de Nossa Senhora, os seus olhos, na imagem gravada, parecem refletir o que estava à sua frente em 1531 - Juan Diego, e o bispo. Porém, alguns acreditam que isto pode ser explicado pelo fenômeno da pareidolia. O assunto tem sido objeto de inúmeras investigações científicas. É venerada no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e a sua festa é celebrada em 12 de dezembro.


*** A pareidolia é um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas embaçadas e outros tantos objetos e lugares. Ela também acontece com sons, sendo comum em músicas tocadas ao contrário, como se dissessem algo. A palavra pareidolia vem do grego para, que é junto de ou ao lado de, e eidolon, imagem, figura ou forma.


Entramos na Basílica nova, onde era realizada missa.
Sabe quando você não sente nada a não ser concreto? Pois é.







Encerramos a visita ao lugar sagrado, para cuidar do bucho do Carlão que, a essa altura, já roncava.
Da basílica até o Zócalo, tinha era chão.

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