Io optou por
outro programa, mas o meu, na verdade, era ir à Catedral da Virgem de Guadalupe
e ao Castelo de Chapultepec.
Já perceberam
que pra todo lado nos viramos de metrô. Nenhuma vez apanhamos táxi, a não ser
na chegada para sairmos do aeroporto para o hotel na Zona Rosa. Nisso a Cidade
do México é bem servida – metrô. E barato. Portanto não foi difícil chegarmos à
basílica da Virgem de Guadalupe.
Ops... vamos a
uma correção. Na verdade são DUAS basílicas. A antiga e a moderna. Preferi a
antiga, tortinha, caindo, se inclinando, afundando ou, como os próprios
mexicanos dizem, - a Torre de Pisa mexicana – hehehehe.
A avenida que
dá acesso às basílicas é bem larga e limpa, apesar do movimento de peregrinos,
de lojas vendendo todo tipo de artigo religioso, som a toda altura, neguim
copiando os cds e produzindo cds piratas na maior cara de pau, na cara do
freguês, tudo de boa.
Chegar ao átrio
das basílicas é facin, facin. Nem pensei em qual das duas basílicas eu escolheria
para visitar primeiro. A antiga, a cai-cai, claro. Por si só impõe respeito. É
imponente, majestosa. Com ares de matrona mesmo.
Suas colunas
são altas e a gente nem se assusta com a inclinação tão acentuada. Quem morre
de véspera é peru, não é mesmo?
Que posso
dizer? É linda! Clássica, aconchegante e tem aquele ar de igreja que se
respeita.
Corro pra
fotografar a cúpula. Mania de fotografar cúpulas. A iluminação está perfeita.
Mas senti falta
de uma coisa – ué? Cadê a imagem da Virgem de Guadalupe? Ops... primeiro, pelo
que vi depois nas lojas e nas igrejas, não há uma imagem em, digamos 3D, da
Virgem de Guadalupe, mas sempre em pintura em tecido. Então, cadê
a pintura? Não existe nesse igreja?
Então irei por
ali explorar todo recinto que constitui o espaço religioso que, diga-se de
passagem, é enorme. Várias capelas. Em uma delas, tida como o lugar em que o
camponês teve seus encontros com Virgem, estava sendo celebrada uma missa.
Entrei procurando não fazer muito barulho, já que sempre o clique da câmera
distrai alguém.
Parei um
instante e procurei ouvir e ENTENDER em que parte da missa o padre estava. Não
entendi nadica. Imaginei que ele estivesse oficiando em algum dialeto.
Ôooooooxi, era um padre japa e estava celebrando a missa em japonês. Só então caiu
a ficha. A capela estava cheia de japas! Hihihihihihihi
Mais uma capela
entre jardins bem cuidados, nada de lixo no chão apesar de muitas pessoas ali,
nem tão devotas, mas passeando, alunos matando aula, jovens namorando, fotos e
sorrisos.
Essa capela era
especial. Em um dos lados, na entrada – essa capela tem várias entradas – então
em uma delas há um poço. Pelo cheiro é água sulfurosa. Quando descoberto essa
poço, a água era tida como milagrosa, curava um monte de coisas. É o Templo del Pocito.
A capela em si
é linda, com pinturas que me lembraram a cusquenha (pensamento bobo), muito
dourado, iluminação perfeita.
Segui até o
jardim principal onde há uma enorme escultura da Virgem só que ela está
recebendo as visitas de várias etnias mesoamericanas. Bem interessante. Opa,
pensando bem, mais uma armadilha da ICAR – tirando os nativos de suas crenças e
impondo o jugo da religião que acabou com tantas culturas. Afff!
Voltando e
passando por jardim de rosas onde o índio João é representado em escultura
quando abre o pano cheio de rosas como prova da presença da Senhora.
Meio dia, sinos
tocam e começa no meio do átrio uma apresentação em 3D da estória do índio da
tribo Nahua, Juan Diego Cuauhtlatoatzin.
Pedindo socorro
à titia Wikipédia –
Aparição
Pelos relatos, uma "Senhora do Céu"
apareceu a Juan Diego, identificou-se como a mãe do verdadeiro Deus, fez
crescer flores numa colina semidesértica em pleno inverno, as quais Juan Diego
devia levar ao bispo, que exigira alguma prova de que efetivamente a Virgem
havia aparecido. Juan foi instruído por ela a dizer ao bispo que construísse um
templo no lugar, e deixou sua própria imagem impressa milagrosamente em seu
tilma, um tecido de pouca qualidade feito a partir do cacto, que deveria se
deteriorar em 20 anos mas que não mostra sinais de deteriora
ção até ao presente. Um estudo realizado no Instituto de Biologia da Universidade Nacional Autônoma do México, em 1946, comprovou que as fibras do tecido correspondem as fibras de agave, tais fibras não duram mais do que vinte anos.
ção até ao presente. Um estudo realizado no Instituto de Biologia da Universidade Nacional Autônoma do México, em 1946, comprovou que as fibras do tecido correspondem as fibras de agave, tais fibras não duram mais do que vinte anos.
Em ampliações da face de Nossa Senhora, os seus
olhos, na imagem gravada, parecem refletir o que estava à sua frente em 1531 -
Juan Diego, e o bispo. Porém, alguns acreditam que isto pode ser explicado pelo
fenômeno da pareidolia. O assunto tem sido objeto de inúmeras investigações
científicas. É venerada no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e a sua
festa é celebrada em 12 de dezembro.
*** A pareidolia é um fenômeno psicológico
que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido
como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter
significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas
embaçadas e outros tantos objetos e lugares. Ela também acontece com sons,
sendo comum em músicas tocadas ao contrário, como se dissessem algo. A palavra
pareidolia vem do grego para,
que é junto de ou ao lado de, e eidolon,
imagem, figura ou forma.
Entramos na
Basílica nova, onde era realizada missa.
Encerramos a visita ao lugar sagrado, para cuidar do bucho do Carlão que, a essa altura, já roncava.
Da basílica até
o Zócalo, tinha era chão.
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