domingo, 26 de maio de 2013

MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA - MÉXICO



Decidimos que precisávamos trocar dólares e o melhor câmbio, por incrível que pareça, era no aeroporto. E fomos nós. Foi uma viagem. Uma viagem foi divertida. Nas estações, entram nos  vagões vendedores ambulantes. Mas os que mais chamam a atenção são os portadores de – mochilas cantantes. O carinha vem vender CDs piratas e trás uma mochila com as caixas de som dentro. Liga um discman e solta a música a toda altura. Cada cd custa 10 pesos. Menos que um dólar.


Mas a farra ficou por conta de um vendedor ambulante que entrou no vagão com sua mochila cantante, oferecendo o cd do dia. Como ele vinha na minha direção e ele tinha deficiência visual, fotografei-o para postar aqui. Dois cliques a uma distância de uns 3 metros. Pois não é que o ambulante parou ao meu lado e  - me olhou!!!??? Meu irmão, que vira o lance ficou sem voz e eu, à saída do vendedor, pasma, exclamei – o ceguinho me olhou! KKKKKKKKKKKKKKK


Novamente retornamos ao Zócalo, só que nosso GPS (Io) errou e descemos uma estação antes, e não apanhamos a conexão para o Zócalo. Mas... o errado estava quase certo. Da estação Pino Suárez até a estação Zócalo, há uma passagem subterrânea repleta de livrarias. Ô, dó! E já na praça, impossível ficar alheia à muvuca, ainda mais intensa por ser sábado. 
Como assim , 10 pesos para uma sessão de descarrego  pelos astecas (ou maias, sei lá). Pois é. Não resisti e me submeti a uma sessão com direito a sacerdote à caráter, cheio de plumas, pinturas no corpo, adorno na cabeça feito de um coiote, plantas, incenso fumegando num braseiro e toque de tambor, dança... Ali mesmo, na esquina da praça, na calçada da  catedral, com todo mundo olhando, filmando... Um frisson!







Adoro um mal feito!
E a Io dando entrevista para alunos de uma faculdade mexicana.
A essa altura, Carlos se perdeu entre os vendedores de bugigangas e fez sua festa particular. Para não ter um irmão chorando de fome, resolvemos dar um pulinho num KFC ali por perto, acreditando que comeríamos comidinha normal, sem pimenta. ERRADO! O frango era vermelho de tanta pimenta. Impossível. Só escaparam mesmo o refrigerante e o sorvete. O restante do almoço foi praticamente dado a quem precisava.

Aproveitei para entrar na famosa Casa dos Azulejos, ali mesmo no Centro Histórico, onde funciona, entre outras coisas um restaurante tradicional e chique.
Seguindo sugestão de alguns blogs, esticamos o dia até o Mercado de Mercedes. Isso sim que é um furdunço! Nunca vi tanta gente, empurra-empurra... eeeeeeeeeeita! queima fumaça velha! Neguin com sacos, sacolas, malas, tudo carregado na cabeça, uma zorra na entrada da estação do metrô. Com muito custo chegamos ao tal mercado e para nossa decepção, pelo que conhecemos, não passava de um camelódromo gigante onde não encontramos nada do nosso agrado. Minto. Comprei uma mochila de tecido, como quebra galho.


Na primeira oportunidade fugimos daquela loucura correndo.

Bom, segundo Io, o nosso dia não rendeu. Só saímos à noite pra um passeio pelas redondezas, para conhecer a vizinhança, que é bem diversificada – basta dizer que se chama   Zona Rosa. Já disse tudo, né? 
Ah, mas eu queria ir à Glorieta Del Ángel, é um monumento majestoso que tem aqui próximo, no Paseo da La Reforma. 










 Fomos a pé, já que é bem próximo. No retorno, com a fominha batendo, paramos num boteco pra comer uns tacos. De novo a droga da pimenta.  





Vamos esclarecer uma coisa que fiquei sabendo depois – pimenta pros mexicanos é diferente da nossa pimenta. A nossa pimenta é para eles chili. A pimenta mexicana é uma bolinha escura que tem cheiro de cravo da índia. Eu, hein?



MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA 


Decidir o que fazer no domingo foi uma guerra de foice no escuro. Eu queria ir ao Museu Nacional de Antropologia, apesar do medo de encontrar o museu supitando de mexicanos que, aos domingos, não pagam. Io tomou isso como desculpa para dormir até mais tarde, mas eu estava decidida e acompanhada do meu fiel escudeiro, Don Carlón, lá fomos ao Museu Nacional de Antropologia, que fica em um  parque imeeeeeeeeeeenso – Parque Chapultapec.


 Monólito representando o deus Tláloc, esculpido em basalto, que pesa 168 toneladas, com 7 metros de altura, está na entrada do Museu Nacional de Antropologia de Cidade  do México, dando as boas vindas  aos  visitantes. Esse é o maior monumento já encontrado no hemisfério norte. Tláloc era o deus da água, rios e mar na cosmovisão de Teotihuacán.


UUIAA! Cadê os mexicanos??? Tivemos o museu só pra nós. Aliás, o guarda nos mandou passar por outra porta, destinada aos nacionais, que não precisam pagar. Ele nos confundiu com mexicanos. Deve ter sido pelo  El bigodón do Don Carlón. Hahahaha
Declinamos da gentileza e informamos a nossa nacionalidade, afinal, a entrada só custava 57 pesos, como o preço estipulado em outros sítios culturais do México.
Infelizmente o serviço de segurança não me  permitiu o uso do meu pau. O bom aqui é que você pode fotografar tudo, sem grilo, desde que não use flash. Menos mal!




Entrada da Sala Mexica. O Calendário Asteca, ou Pedra do Sol, ao fundo.


Não, eu não queria me perder em delongas. Pedi informação sobre a sala do Calendário Asteca e fui direto a ela. 

Ai, que delicinha, ter o calendário só pra mim naquela hora da manhã. Lá estava o danadinho, em lugar de destaque, logo de frente, todo imponente.


Eu confesso a minha total ignorância até chegar ao México. Aquele calendário cheio de figurinhas, redondo, tão conhecido como calendário maia, na verdade é ASTECA!!! Santa Ignorância! Vai ver foi isso que houve todo esse fiasco sobre as profecias maias. Tomaram alhos por bugalhos. É que a pedra acabou e o entalhador não teve como assinar... fulano de tal – asteca. hahahaha





OS MEXICAS foi um povo conquistador que chegou a Cuenca de México no final do século XII procedente da mítica cidade nortenha de Aztlan. Depois de um longo tempo de penúria, lograram estabelecer-se em uma pequena ilha dentro do lado  Texcoco no ano 1325, o qual pertencia ao senhorio de Azcapotzalco, o mais poderoso  até esse momento em todo o centro da Mesoamérica. Por vários anos  os mexicas estiveram submetidos ao controle político e militar dos tepancas de Azcapotzalco até que depois de uma guerra lograram libertar-se  do seu domínio e converterem-se, paulatinamente, no reino mais influente de Cuenca. Junto com os seus aliados, Texcoco e Tlacopan, formaram a Tríplice Aliança, sistema político tripartite que lhes permitiu controlar grande parte da Mesoamérica através de guerra de conquista. Seu domínio lhes permitiu obter produtos de terras distantes como plumas de aves procedentes das selvas do sudeste, pedras verdes, metais, peles de animais, produtos agrícolas como o cacau e o algodão, materiais de construção, conchas e animais marinhos das costas.


Uma pedra de sacrifícios no primeiro plano

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A PEDRA DO SOL , mais conhecida como CALENDÁRIO ASTECA

Sem dúvidas, a Pedra do Sol, também chamada de CALENDÁRIO ASTECA é uma das peças mais representativas do museu. Foi descoberta em dezembro de 1790, durante os trabalho de nivelação da Praça Maior da cidade. Simboliza as concepções do tempo dos mexicas, embora  não tenha funcionado como um calendário. Ao centro aparece a imagem do Quinto Sol, Nahui Olin, ou Quatro Movimentos e o rosto de Tonatiuh, deus do Sol, com a particularidade de que ele se apresentou com a metade do rosto descarnada e a superior encarnada, o que simboliza a vida e a morte.  Por sua vez, em cda uma dos cantos  do signo Olin aparece o nome dos outros quatro sóis. Nahui Océlotl (Quatro Jaguar) Nahui Atl (Quatro Água), Nahui Quiáhuitl (Quatro Chuva) e Nahui Ehécatl (Quatro Vento). Segundo a mitologia nahua do período Pos Clássico o mundo, tal e como o conhecemos atualmente, passou por distintas eras de criação e destruição. Eles relacionaram cada uma delas com um sol em particular. Em uma das versões do mito,  a última foi destruída por uma grande inundação. O Quinto Sol, que segundo os nahuas é a era atual, terminará por grandes terremotos. O resto dos elementos iconográficos que decoram a Pedra do Sol estão distribuídos a partir de círculos concêntricos. Ao redor do centro aparecem os signos dos 20 dias, os quais, ao se combinarem com 13 numerais formam um ciclo de 260 dias também chamado Tonalpohualli. Logo aparecem signos solares e por último, a representação de duas serpentes de fogo que rodeam o disco e cujas cabeças se encontram, frente a frente, na base da imagem. (Livre tradução do infopramtivo do Museu Nacional de Antropologia do México).



Océlotl Cuauhxicalli


OCÉLOTL CUAUHXICALLI

Entre os rituais mais importantes que se praticavam na Mesoamérica em geral, e em Tenochtitlan em particular, estava o sacrifício humano. A crença na constante renovação da força vital dos deuses, a partir do sangue o corações dos cativos de guerra, fez com que esse ritual se incrementasse. Essa magnifíca peça, elaborada em andesita, foi encontrada em 1901 embaixo do edifício do Marquês do Apartado, no cruzamento das ruas Argentina e Conceles, no Centro Histórico da Cidade do México. Junto com seu par, um cuauhxicalli (suporte para oferendas) em forma de águia, também são representações dos opostos complementares. Os  cuauhxicalli , tiveram várias formas, mas todos serviram para receber corações e o sangue dos prisioneiros sacrificados, assim também como outros tipos de oferendas para os deuses. No lombo do animal há uma taça decorada com duas imagens: uma do deus Huitzilopochtli e outra do deus Tezcatlipoca, ambos perfurando o lóbulo da orelha. (Livre tradução).



Sabem como eu fico num museu que eu gosto? Aonde tem coisas do meu interesse? Fico igual a pinto no lixo! Rodei por horas as imensas salas dos mexicas fotografando tuuuuuuuuuudo! Altares de sacrifícios, maquetes, retratinhos, deuses com os nomes mais complicados e sempre com cara de zangados, animais, muitas serpentes, descarnadas, peladas, ops, sem pele, emplumadas – onde já se viu uma serpente com pluma? Só no imaginário do povo daqui. 

Abaixo, imagem da Teocalli.



TEOCALLI DA GUERRA SAGRADA

 A palabra náhuatl teocalli significa, literalmente, casa sagrada ou templo. Essa maquete, elaborada em pedra, representa uma base com escadas à frente e travas arrematando os lados, elementos típicos da arquitetura mexica. Está decorado com imagens com uma forte carga simbólica. Na parte frontal observa-se  um disco solar com o signo Nahui Olin ( Quatro Movimentos) no centro, signo associado com o Quinto Sol. Ao lado do disco aparecem dois personagens. O da esquerda porta um elmo de ave, um colibri e tem uma de suas pernas convertida em uma cabeça de serpente de fogo ou Xiuhcoatl. É talvez a representação de Huitzilopochtli, deus patrono dos mexicas com associações solares e bélicas. À direita aparece a imagem  de Motecuhzoma Xocoyotzin, um dos maiores governantes mexicas e com quem os espanhóis tiveram contato. Nas laterais da base  se observam dois casais de deidades que portam facas de auto sacrifício. A parte traseira está decorada com a imagem de uma águia sobre um cacto, mas em lugar de uma serpente, a ave leva no bico o signo de atlachinolli, “água-fogo” que simboliza a guerra. O cacto não surge de uma pedra, mas de uma deidade – Tlatecuhtli, deus/deusa da terra. Essa maquete traz a data da fundação do México-Tenochtitaln. (Livre tradução).










Uma estrela

Uma estrela

Serpente emplumada


SERPENTES

As serpentes tiveram uma grande importância no pensamento mesoamericano. Associam-se com a terra, a água e o infra mundo. O perigo que as envolve fez com que se colocassem como uma das espécies mais importantes na cosmovisão.
Esta escultura, que se destaca por seu realismo e movimento, representa uma serpente cascavel enrolada mostrando sua língua bífida.


 


Continuando - braseiros, facas, crânios, oferendas, esqueletos, vasos, urnas funerárias... E ai a gente se dá conta de como as culturas são tão diversificadas. Ali estão crânios deformados de crianças que por isso eram sacrificadas, outros mais que deformavam o crânio por ser chique, para dar um ar de alta linhagem.
Duas peças  chamaram minha atenção – dois altares de sacrifício. A engenhosidade dos altares para colher o sangue do sacrificado. Como esses altares eram decorados e imensos. As facas de obsidiana.
Os braseiros... Por que o coração era queimado de imediato? Como eles sabiam que o sangue está carregado de vitalidade e davam o sangue de presente aos deuses para que esses lhes dessem outro presente de sangue – a chuva. Com a chuva vinha a abundância.
O período de maior incidência de sacrifícios foi sob reinado de Montzuma.
Outra coisa que achei suuuuuuuper intrigante – duas estátuas, na verdade  seres identificados como ATLANTES. Que os atlantes usavam barba!
E novamente me surpreendeu saber que a palavra "atl" em nahua seria água! E ai me viaram à mente: atl-ântida, atl-ântico, atl-ante.  
Tá, a gente sabe que todo povo mesoamericano são descendentes dos atlantes.

Atlantes
São tantas, mas tantas peças expostas que fica impossível fotografar todas. Colocarei fotos de algumas. Daquelas que mais me chamaram a atenção. Prestem atenção nessa deusa abaixo. Dá medo!
 
Deusa Coatlicue








COATLICUE

Junto com a Pedra do Sol,  Coatlicue é outra peça representativa do Museu Nacional de Antropologia. É uma obra colossal não só pelo tamanho, como também pela sua manufatura e simbolismo.
Coatlicue era a deusa da terra, mãe de Huitzzilopochtli, Coyolxauhqui e os Centzonhuitznahua (as quatrocentas estrelas do sul). O mito conta que Coatlicue se encontrava varrendo em cima do morro Coatepetl quando uma bola de algodão branco caiu do céu. Ela recolheu e a guardou em seu peito e milagrosamente ficou grávida de Huitzilopochtli. A narrativa conta que Coyolxauhqui e o resto dos seus irmãos, furiosos pela concepção misteriosa de sua mãe, decidiram matá-la. No momento em que se dispunham a fazê-lo, Huitzilopochtli nasceu, com toda sua indumentária de guerreiro, portando o chimalli e a xiuhcoatl (serpente de fogo) arma com que destrói seus irmãos e mata sua irmã, decapitando-a  e a jogando de cima do Coatepetl, ficando totalmente desmembrada. Esse mito, criado pelos mexicas para legitimar seu próprio patrono, narra o nascimento do novo sol, que governará o novo mundo.
A escultura ressalta por seus detalhes e a grande quantidade de símbolos que contém. A cabeça está formada por duas serpentes que se encontram frente a frente. Porta um colar de corações e mãos decepadas. Pode-se ver seus seios flácidos, que a associam com uma mulher de idade avançada. A saia é feita de corpos entrelaçados de cascavéis (daí o nome da deusa: "A saia de serpentes"). As extremidades inferiores são águia garras, na verdade, nos lados que você pode ver penas. A parte inferior da escultura é gravada com a imagem de Tlaltecuhtli.

Para entender melhor esse nacimento, ver o documentário abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=kJiZf7yaVeQ


SACERDOTE 



A chuva sempre foi importante para os camponeses. O culto aos deuses da chuva teve um lugar importante na religião pré hispânica. Tláloc foi o deus da chuva dos mexicas e o lado norte do templo Mayor de Tenochtitlan esteve dedicado a ele. Essa peça representa um sacerdote do deus da chuva. Porta uma máscara ou toucado com a efígie de Tláloc com suas viseiras típicas, decorações de papel plissado e toucado cônico. Em sua mão direita leva o bastão em forma de serpente que representa o raio e está ataviado com um peitoral, um colar  de pimentas e flores.


Sacerdote do deus da chuva - imagem do Museu Nacional de Antropologia do México
Sacerdote

Sacerdote







Nas entradas de alguns recintos do Templo Mayor, os mexicas colocavam grandes figuras em barro cozido, como estas representativas dos sacerdotes do deus da morte. Levam como insígnias toucado de algodão com grandes colares e um ornamento sobre o “máxtlat” constituído por uma rosa de papel e um elemento cônico; por sua posição, entende-se que tem o caráter fálico.

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PEDRA DE TIZOC

Foi descoberta em 17 de dezembro de 1791 na Praça Mayor da Cidade do México. É um monumento sobre o qual se levava a cabo o sacrifício degladiatório. Esse ritual consistia em uma luta entre um prisioneiro de guerra e um guerreiro mexica. O primeiro ia armado  com um cajado chamado  macuauhuitl que, em lugar de navalhas de obsidiana, tinha bolas de algodão ou de plumas. Por outro lado, o guerreiro mexica ia totalmente armado, o que lhe dava maior vantagem no combate.
Fontes históricas mencionam um caso em que um prisioneiro logrou derrotar seus contra atacantes. Seu nome era Tlahuicole, de origem Tlaxcalteca e, ao ver seu valor e força, foi-lhe oferecida a salvação. Entretanto, ele preferiu morrer em sacrifício.
Os desenhos esculpidos mostram o governante Tizoc  sujeitando pelos cabelos a senhores de distintos povos. Esta era uma maneira muito comum de representar a derrota do inimigo. (Os farós egípcios também usavam esse tipo de subjugação para decoração de seus palácios e capelas nos templos). Sobre os cativos aparece o glifo da cidade vencida.

Pedra de Tizoc


Sulco na Pedra de Tizoc para que o sangue do sacrificado escorresse.









Um Coração

Faca de sacrifício




Como o assunto rende, é muito extenso, dividirei as postagens por salas visitadas.


Uma coisa seja dita – a Ciudad de México, pelo menos por onde andamos, é bem limpa, considerando o volume de habitantes. Não vi lixo nas ruas, nem mesmo nos bairros mais afastados. O metrô também é muito limpo. Só os homens que não são nada cavalheiros. No metrô ninguém se levanta para oferecer o banco a uma senhora mesmo idosa. É mais fácil uma mulher se levantar e oferecer seu lugar a outra. Entretanto, um rapaz salvou a pátria. Ofereceu-me seu lugar no metrô.

Há muita comida feita na rua. Olho tudo com olhos bem desconfiados. Cada comida que nem imagino o que seja. Prefiro não me arriscar.
No Zócalo há muitos sanitários públicos não tão públicos. De longe se vê a placa WC e, ao custo de 3 pesos, você não ficará apertada. Ainda bem que não fiz uso de tal serviço pra dizer da qualidade, mas o Carlão, pelo sim e pelo não, mesmo pagando 3 pesos e tendo direito a um metro de papel higiênico, sempre andou com o seu de uso pessoal. Ele se cuida! Hahahaha

Água, muita água. A altitude exige de você a ingestão de muita água sob pena de ficar com dor de cabeça, a pele fica parecendo  pele de jacaré, lábios secos e um belo cansaço.

Padarias. Por onde andam essas especialidades? Só encontramos uma no caminho do Museu da Frida.



Bom, retornamos ao hotel seguindo as indicações do Sr. Hugo, funcionário das Informações Turísticas, apanhamos um camiñón  ali mesmo, do outro lado da rua, a linha Índios Verdes que nos deixou ao lado da Glorieta del Angel. Seguimos a pé examinando os restaurantes pelo caminho. Optamos por china que pelo menos tinha uma comida mais conhecida e não corremos o risco de mergulhar na pimenta.


PALÁCIO DE BELLAS ARTES E O BALÉ FOLCÓRICO DO MÉXICO


À noite fomos ao Palácio de Belas Artes, assistir ao Balé Folclórico do México. Compramos os ingressos no Museu de Antropologia.

http://www.google.com/intl/pt-BR/culturalinstitute/worldwonders/palace-finearts/#tab=videos&ql=1 
 "
Dos muitos prédios iniciados durante o governo do presidente Porfirio Diaz, o Palacio de Bellas Artes é o mais majestoso e importante centro cultural da Cidade do México. O exterior em mármore beaux-art com elementos de art nouveau é uma obra-prima que reflete o projeto original do arquiteto italiano Adamo Boari e foi idealizado para as comemorações centenárias da independência do México em 1910. Os arquitetos Alberto J. Pani e Federico Mariscal, que decoraram o interior especialmente com composições em art déco, foram os responsáveis por sua conclusão. Sua inauguração foi celebrada em 1934. Ocupado pelo Instituto Nacional de Bellas Artes em 1947, o Palacio de Bellas Artes foi centro de grandes eventos de ópera, dança, música, arte e literatura. Materiais de construção experimentais para a época de sua construção, como o cristal ou o vitral projetado pelo arquiteto húngaro Géza Marióti, criaram galerias iluminadas naturalmente por claraboias.
O interior é adornado por decoração arquitetônica que representa a vida vegetal e animal do México, máscaras com motivos pré-hispânicos em estilo art déco e murais executados por alguns dos maiores artistas mexicanos, inclusive Diego Rivera, José Clemente Orozco, David Alfaro Siqueiros e Roberto Montenegro. Há salas de exibição para esculturas e pinturas. O prédio também abriga o Museo Nacional de Arquitectura e o Teatro Nacional.
Décadas de manutenção protelada e falha nos pontos de junção entre vários sistemas, como o bloco de vidro, concreto, cúpula ladrilhada e lâminas de cobre ao longo das asnas da cúpula, resultaram em grave deterioração da estrutura. Os mesmos problemas estruturais levaram a infiltração de água pelas claraboias, pondo seriamente em risco os espetaculares murais do palácio."










Vitral projetado pelo arquiteto húngaro Géza Marióti



Detalhe do vitral projetado pelo arquiteto húngaro Géza Marióti para a cúpula do Palácio de Bellas Artes - México





 O Palácio das Belas Artes é construído em mármore carrara, no estilo de Art Noveau

O teatro por dentro nem sei se é mais luxuoso que o hall, mas a cúpula, aaah, a cúpula me tirou o fôlego. Que coisa mais linda! É um vitral maaaaaaaaravilhoso onde as nove musas estão representadas bem ao estilo que identifiquei com a escola dos Pré Rafaelitas. Cada musa a mais bonita e ao centro, um mancebo não menos belo. Fiquei de pescoço doendo de tanto olhar pra cima e fotografar.



O espetáculo em si foi soberbo, mas, confesso, me amarrei na primeira apresentação que dava um quê de passo marcial, bem característico da alma guerreira dos astecas.

Na verdade, segundo o programa, a dança chamada LOS TAMACHINES, tem origem nos costumes  dos povos pré hispânicos de dançar com seus deuses. Essa dança é feita na região norte do México e se realiza exclusivamente durante as celebrações religiosas. 

  https://www.youtube.com/watch?v=BC4mWwki90c









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